SENSORIAMENTO REMOTO E GEOPROCESSAMENTO COMO FERRAMENTA DE PREVENÇÃO DE RISCO: MAPEAMENTO DE ÁREAS SUSCETÍVEIS À INUNDAÇÃO EM MUNICÍPIOS PARAENSES.
inundação; sensoriamento remoto; geoprocessamento; susceptibilidade; prevenção.
A inundação é um desastre pertencente à classe hidrológica, que afeta milhares de pessoas ao redor do mundo do ano. Ao tratar da situação dos municípios paraenses frente às inundações, é possível identificar que é uma problemática que afeta diversos municípios, existem 3.021 trechos inundáveis no Pará. Tal cenário enfatiza a importância da gestão de riscos e a necessidade de investimentos em medidas de prevenção em relação às inundações. Diante deste cenário o sensoriamento remoto e geoprocessamento surgem como alternativa para identificação das áreas suscetíveis a inundação podendo ajudar os gestores públicos a criar medidas de prevenção em relação aos desastres. O presente trabalho teve como objetivo utilizar o modelo Height Above Nearest Drainage (HAND) para mapear as áreas susceptíveis à inundação em municípios paraenses utilizando dados secundários, livres e ferramentas gratuitas. A supracitada metodologia consiste em utilizar um modelo digital de elevação (MDT) com intuito de efetuar a normalização da altimetria do terreno com base nas cotas da drenagem, o método utiliza a diferença entre a altitude do terreno e a altitude do canal para prever o grau de susceptibilidade à inundação. Os municípios mapeados foram Porto de Moz que já possui um mapa de setorização de risco produzido pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) e o outro município foi Anajás que ainda não possui mapeamentos de áreas susceptíveis a inundações. Os resultados obtidos através do HAND para o município de Porto de Moz foram positivos, pois, as comparações com produtos gerados pelo CPRM demostraram similaridades com pontos de susceptibilidade a inundação identificados em ambos mapeamentos. Portanto, o método foi aplicado no município de Anajás gerando o mapa de susceptibilidade a inundação para à área urbana, onde foi constatado que 55,1% da área urbana de Anajás é altamente suscetível à inundação e através da inserção dos dados censitários do ano de 2022 no mapa produzido, foi possível observar que 90% das intuições de ensino e estabelecimentos de saúde estão em área de alta susceptibilidade à inundação. Os resultados alcançados indicam que o sensoriamento remoto e o geoprocessamento são ferramentas que contribuem positivamente para gestão de risco, possibilitando que sejam identificadas as áreas mais sujeitas a inundações, facilitando a criação de planos de prevenção por parte dos órgãos públicos competentes, todavia, exige-se que sejam feitos investimentos em qualificação dos servidores públicos e equipamentos de qualidade para alcançar o potencial máximo dessas ferramentas.