RELAÇÃO ENTRE A CONCENTRAÇÃO DE MATERIAL PARTICULADO E DOENÇAS RESPIRATÓRIAS NO MUNICÍPIO DE BELÉM-PA
Poluição atmosférica, doenças respiratórias, aerossol, MP 2,5.
A poluição atmosférica, acompanhada com o agravamento das mudanças climáticas, é uma das maiores ameaças ambientais à saúde humana, principalmente para as populações mais vulneráveis como idosos e crianças. As mudanças nos setores industriais e de transportes, assim como as mudanças da cobertura e uso do solo, alteram consideravelmente as concentrações de poluentes emitidos para a atmosfera. No Brasil, e principalmente nas regiões norte e centro-oeste, a estação seca é marcada por elevados registros de focos de calor. As queimadas emitem uma mistura de gases e partículas que alteram consideravelmente as concentrações e a composição da atmosfera. Essas emissões, juntamente com as emissões provocadas pela queima de combustíveis fosseis, lançam para a atmosfera grandes quantidades de gases do efeito estufa (GEE) e material particulado fino (MP 2,5), causando grande impacto na qualidade do ar e afetando a saúde das populações. Contudo, a relação entre essas emissões e seus impactos na saúde ainda carecem de estudos para o município de Belém. Nesse sentido, esse trabalho buscou relacionar os efeitos da concentração de material particulado sobre um conjunto de doenças respiratórias para o município de Belém. Nesse trabalho foram utilizados dados das variáveis de MP 2,5, precipitação, temperatura, umidade relativa, velocidade e direção dos ventos do Sistema de Informações Ambientais Integrado à Saúde (SISAM) e dados de registro de doenças obtidos junto à plataforma Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS). O estudo buscou relações estatísticas entre essas variáveis considerando o período de 2003 a 2019. Para verificar a relação das variáveis meteorológicas e doenças respiratórias foram calculados coeficientes de correlação linear de Pearson. Na análise da serie temporal dos registros de doenças e MP 2,5 foi constatado aumentos significativos nos casos de Asma e Pneumonia entre adultos e crianças (< 9 anos).