AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM PORAQUÊ: os desafios e as possibilidades de utilizar um software livre em uma escola pública da Amazônia
Amazônia; AVA; colonialismo de dados; currículo multirreferencial; software livre.
A presente dissertação do mestrado está situada nas discussões em torno da temática das tecnologias digitais na educação e tem como objeto de pesquisa o movimento de implementação, o uso e os limites do ambiente virtual de aprendizagem Poraquê, hospedado no software livre Moodle, em uma escola pública da Amazônia Paraense. Essa investigação está no contexto das discussões em torno do colonialismo de dados e da plataformização da educação, tendo como referenciais teóricos Amiel; Gonsales (2020) e Silveira (2021), além do debate sobre softwares livres feito por Silveira (2004) e sobre as possibilidades de atos de currículo, segundo Macedo (2008), em um ambiente virtual de aprendizagem. Temos também como referência os trabalhos de investigação desenvolvidos pelo Observatório Educação Vigiada. O estudo alinha-se ainda a uma perspectiva multirreferencial de currículo em razão da necessidade de olhares e explicações plurais para dar conta da complexidade do fenômeno estudado. O processo de pesquisa baseia-se na metodologia da pesquisa-formação de Santos (2005, 2019) e nos estudos nos/dos/com os cotidianos, sob a ótica de Alves (2001) e Ferraço (2008). Entre os achados da pesquisa estão a busca pela superação do uso das plataformas privadas, os desafios relacionados à falta de investimento em infraestrutura tecnológica nas escolas e em formações iniciais e continuadas no âmbito das tecnologias digitais, além da necessidade de incentivar práticas de autoria e de criar uma identidade amazônica para o dispositivo cibercultural em questão. O AVA Poraquê enquanto alternativa às plataformas privadas constitui-se como um importante exercício de soberania digital na esfera educacional.