PRÁTICAS CURRICULARES NO BERÇÁRIO - narrativas das docentes no contexto da inclusão
Prática curricular; Berçário; Transtorno do Espectro Autista
As discussões acerca da educação de bebês em instituições educativas ampliam-se no cenário educacional evocando os princípios inclusivos como direito de todos os bebês. Neste contexto, delineei como objeto de pesquisa as práticas curriculares junto a bebês com TEA em uma turma de berçário II da Rede Municipal de Educação de Belém. Diante deste cenário busco responder ao seguinte problema de pesquisa: o que revelam as narrativas das professoras do berçário II sobre suas práticas curriculares em uma turma que tem bebês com TEA? Como objetivo geral foi definido: analisar o que revelam as narrativas das professoras sobre as singularidades que marcam a sua prática curricular em uma turma de berçário II no contexto da inclusão de bebês com TEA. E como objetivos específicos: identificar as escolhas curriculares priorizadas pelas professoras no desenvolvimento de sua prática curricular e analisar a organização das práticas curriculares diante da inclusão de bebês com TEA. De forma a responder ao problema e alcançar os objetivos a pesquisa segue uma abordagem qualitativa, do tipo estudo de caso, sendo desenvolvida em uma turma de berçário II da Rede Municipal de Educação de Belém, na qual estavam matriculados quinze bebês, acompanhados por quatro professoras, no ano de 2023. Os dados foram produzidos por meio da pesquisa narrativa e complementados com análise documental (projetos e relatórios de projetos). Como fundamentação teórica foram mobilizados autores discutem as categorias teóricas desta dissertação. Tristão (2004, 2015), Falk (2016), Mello (2007, 2018) e Guimarães (2011,2018), para discutir as singularidades da docência com bebês. Clandinin e Connelly (2011), a fim de traçar o percurso metodológico de uma pesquisa narrativa. Sacristàn (1999) e Lunardi-Mendes (2008, 2011) para fundamentar a concepção de prática curricular. Os dados foram tratados a partir da análise do conteúdo, mediante a qual destaquei cinco categorias de análise: a centralidade do bebê, as interações e brincadeiras, a organização de espaços-tempos, a reorganização dos tempos da rotina e a exploração da área externa. Como resultados os dados revelam que as práticas junto aos bebês alinham-se a uma perspectiva inclusiva, na medida em que a deficiência é acolhida como uma especificidade do bebê com TEA e as escolhas curriculares são fundamentam-se na escuta sensível compreendendo as manifestações dos bebês como constitutivas do sujeito.