Implementação do Projeto Jovem de Futuro em Marabá/PA (2012-2014) em Interfaces com o Programa Ensino Médio Inovador: entre prescrições e renormatizações no cotidiano da escola
Ensino Médio, Programa Ensino Médio Inovador, Projeto Jovem de Futuro e Juventudes.
Esta dissertação, tem como título “Implementação do Projeto Jovem de Futuro em Marabá/PA (2012-2014) em Interfaces com o Programa Ensino Médio Inovador: entre prescrições e renormatizações no cotidiano da escola”, apresenta como problema: Como se efetivou a implementação do Projeto Jovem de Futuro na escola E.E.E.M. Girassol, em Marabá/PA, no período de 2012 a 2014, a partir de sua coalizão com o Programa Ensino Médio Inovador, considerando as contradições capital e trabalho, a partir da relação do prescrito e do renormatizado dessa implementação em termos de impactos na formação dos jovens egressos? Possui como objetivo, analisar a implementação do Projeto Jovem de Futuro na escola E.E.E.M “Girassol”, em Marabá/PA, no período de 2012 a 2014, a partir de sua coalizão com o Programa Ensino Médio Inovador, considerando as contradições capital e trabalho, a partir da relação do prescrito e do renormatizado dessa implementação em termos de impactos na formação dos jovens egressos. Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo, tendo como instrumento para a coleta de dados as entrevistas semiestruturadas e também foi realizada por meio da pesquisa bibliográfica e documental, com base teórico-metodológica nos referenciais do materialismo histórico-dialético. A análise de dados realizou-se na estratégia de categorização de análise de conteúdo, de Bardin (1997), a partir do qual analisou-se os documentos do Instituto Unibanco/PJF e as entrevistas da gestora da escola, da professora articuladora, professora regente e dos alunos egressos. Discutimos a influência dos Organismos Multilaterais no Brasil, sobretudo na educação, a política nacional do ensino médio, bem como o interesse da classe empresarial em influenciá-las com o seu modelo de gestão, tornando-se mais evidente, a partir do Movimento Todos Pela Educação que conseguiu incorporar sua proposta na política educacional brasileira e a implementação do Projeto Jovem de Futuro em interfaces com o Programa Ensino Médio Inovador, uma parceria público-privada. Buscamos caracterizar a educação do Estado do Pará no contexto, demonstrando as especificidades do Estado com relação a dimensão geográfica, a diversidade cultural e social. Contextualizamos a discussão com os marcos regulatórios do ensino médio durante o seu processo histórico, o que evidencia uma etapa de ensino marcada como um campo de disputa e contradição. Buscamos saber como os sujeitos envolvidos (re) normatizaram essa política educacional de cunho neoliberal e mercantil. Os resultados obtidos nessa pesquisa até o presente momento, revelam que o programa não foi discutido com a escola, o Projeto de Redesenho Curricular – PRC, que era o principal objetivo do ProEMI, não foi construído conforme a recomendação do Documento Orientador do ProEMI 2012. O PRC resumiu-se a um plano de ação, denominado Plano de Ação Jovem de Futuro, idealizado pelo Instituto Unibanco – IU, cujo objetivo era implementar um modelo de gestão empresarial, pautado no controle, na eficiência e na eficácia, seu foco era a formação da juventude nos moldes do mercado, tornando a ação didática um objeto de disputa hegemônica entre capital e trabalho. O ProEMI foi visto pela gestão da escola como uma injeção de recurso financeiro para a melhoria das condições de trabalho, pois, possibilitou a aquisição de materiaias pedagógicos, tecnológicos e adequação do ambiente escolar. Nesse sentido, o Projeto Jovem de Futuro se sobrepôs ao ProEMI com suas ações que eram concretizadas por meio das Metodologias Jovem de Futuro. Com relação a comunidade escolar, esta demonstrou que desconhecia o ProEMI, apesar de afirmar terem participado da realização das ações do PJF, que em sua maioria foram realizadas.