As narrativas de professoras e as suas práticas educativas no berçário da EMEI Cotijuba
Narrativas de Professoras. Bebês. Educação Ribeirinha
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Resumo: Nesta pesquisa temos como foco investigar as narrativas das professoras e suas práticas educativas no berçário de uma escola municipal de educação infantil, na ilha de Cotijuba, que faz parte da rede municipal de ensino de Belém/PA. Para tanto, lanço mão da pesquisa narrativa, utilizando a análise textual discursiva, considerando a história de vida e as experiências cotidianas de duas professoras, que emergem dos relatos de suas práticas pedagógicas frente à educação ribeirinha, no que concerne ao período entre 2016 e 2017. Buscamos autores que discutem pesquisa com abordagem narrativa para o desenvolvimento dos aportes teórico-metodológicos, entre eles: Conelly e Clandinin (1995), Moraes (2000), Barbier (1998) e Josso (2007). Para a análise dos dados, tivemos como referência Moraes e Galiazzi (2016), enquanto para discutir a educação de bebês apoiamo-nos em Fochi (2015), Mello (2010), Cairuga (2015), Filho (2016) e Bruner (1995). Para trabalhar o currículo utilizamos as referências de Sacristàn (2000), Oliveira (2001), Campos e Barbosa (2015) e Silva (2000). A pesquisa tem como objetivo interpretar e analisar os discursos narrativos das professoras de bebês, a partir da escuta de suas experiências cotidianas e de suas práticas educativas na EMEI Cotijuba. Como objetivos específicos, tem-se: analisar as singularidades que marcaram nas professoras as experiências no berçário da EMEI Cotijuba; identificar quais desafios foram enfrentados por elas ao longo dessa trajetória; e conhecer, a partir da escuta, as particularidades de suas experiências cotidianas. As falas das professoras trazem à tona categorias que evidenciam a acolhida, a rotina, a brincadeira, os espaços e as linguagens infantis. A análise dos relatos narrativos das professoras indicou que suas experiências vividas na Escola Municipal de Educação Infantil Cotijuba, na turma de berçário, foram compartilhadas com os seus pares, no dia a dia e de maneira coletiva, tendo como ponto primordial as brincadeiras e as interações a partir da valorização da cultura local e das peculiaridades ribeirinhas. Da mesma forma, mostrou que os desafios foram inúmeros no processo e na constituição do fazer docente, especialmente quanto às dificuldades iniciais para a compreensão do currículo por linguagens. Contudo, elas enfatizaram que as inquietações pedagógicas foram incentivadoras do estudo e da busca, com seus pares, das bases do trabalho docente com bebês. Desse modo, ao longo do percurso, foram constituindo-se em professoras da educação ribeirinha.
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