EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TRABALHO: Um Estudo das Implicações do PRONATEC na Práxis de Trabalho de Jovens Trabalhadores Ribeirinhos do Município de Abaetetuba PA
Educação Profissional, Formação, Práxis de Trabalho
A pesquisa intitulada “EDUCAÇÃO E TRABALHO: um estudo das implicações do PRONATEC nas experiências de trabalho de ribeirinhos do município de Abaetetuba – Pará” investigou processo formativo desenvolvido pelo PRONATEC, para analisar a integração/não integração dos conhecimentos formais com o mundo do trabalho de ribeirinhos, e compreender como o trabalhador ribeirinho, a partir dessas formações, veio renormatizando suas experiências de trabalho, qualificando-se e organizando-se técnica e politicamente.. A investigação se fundamentou em uma abordagem qualitativa, na observação e análise de dados empíricos, coletados através de entrevista semiestruturada, realizada com o coordenador do curso e 06 (seis) egressos trabalhadores ribeirinhos. Como resultado constatou que, o processo formativo do PRONATEC se inseriu em modelos de formação vinculados às políticas econômicas, e propôs uma formação voltada às necessidades do mercado e não do trabalhador, o que negou a qualificação no sentido da formação humana. Ao realizar a investigação em uma perspectiva marxista, as relações históricas foram apreendidas na sua totalidade e ganharam sentido, isso permitiu compreender que, embora o PRONATEC tenha apresentado uma formação estritamente técnica, o saber apreendido foi integrado pelo sujeito trabalhador ao seu cotidiano, e contraditoriamente, permitiu-lhe analisar a realidade e intervir, renormatizando as suas experiências do mundo do trabalho. A investigação mostrou que a integração aconteceu na perspectiva do capital, uma vez que, o sujeito trabalhador assumiu o curso e integrou com o PRONATEC. Mostrou que o objetivo central do PRONATEC, era formar na perspectiva do capital humano, na lógica do empreendedorismo, em que pela formação todo trabalhador pode se tornar um empresário, autônomo e bem-sucedido, negando a divisão de classes sociais, a propriedade privada dos meios de produção e a divisão técnica do trabalho, características da sociedade capitalista. Mostrou também, que a lógica do empreendedorismo foi inviabilizada pela realidade econômica e de vida do sujeito trabalhador, por suas condições materiais de produção e de trabalho, que não permitiu concretizar o ideário de empreendedor, negou essa realidade, evidenciando que, para acontecer mudança de forma significativa, não depende apenas de formação, depende de mudança na condição estrutural e objetiva, que constitui a totalidade da vida do trabalhador.