CARTOGRAFANDO VISIBILIDADES SURDAS NA ESCOLA BÁSICA
Surdos. Diferença. Escola básica. Visibilização. Invisibilização
O presente texto apresenta os movimentos iniciais de uma pesquisa acadêmica que pretende cartografar práticas de visibilização e invisibilização de alunos surdos na escola básica. Para colocar em movimento esta pesquisa-aventura que se dá sob perspectiva pós-estruturalista no espectro do pensamento filosófico da diferença, opero com a seguinte problematização: quais jogadas entre visibilizar-se e invisibilizar-se, os surdos tem engendrado como forma de resistência e constituições outras de si no espaço escolar, para além da premissa de uma subjetividade deficiente? Quais jogadas estariam sendo engendradas por estes sujeitos no espaço-tabuleiro escolar entre movimentos de regulação e um devir surdo? A arquitetura do trabalho opera com a imagem de um jogo de xadrez e de uma escola-tabuleiro. Este jogo conta com sujeitos-peças que, com formas e regras de comportamento socialmente pré-definidas, assumem lugares performáticos no tabuleiro-escola e se desafiam enquanto jogadores a um constante movimento de ir e vir pelas casas do jogo. Valendo-se das próprias limitações impostas pelas regras, os jogadores criam entre-lugares, produzindo jogadas-outras, linhas de fuga que, através dos espaços e corredores, saltos e retornos produzem-se no mundo. Os movimentos de constituição desta investigação se estabelecem entre a incursão teórica que discute a ideia de uma escola para surdos, uma cultura surda e a diferença surda, e a experiência metodológica do trabalho cartográfico. Ainda de modo exploratório a experiência cartográfica registra jogadas-discursos surdos-surdos, Surdos-processos pedagógicos e Surdos-colegas ouvintes para problematizar os movimentos de visibilização e invisibilização engendradas por estes sujeitos no espaço-tabuleiro escolar entre movimentos de regulação e um devir surdo.