A malária cerebral (MC) é a manifestação infecciosa mais severa provocada pelo protozoário Plasmodium falciparum, apresentando mecanismos imunopatogênicos complexos que incluem inflamação, produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) e obstrução da microvasculatura cerebral; ocasionando encefalopatia, disfunções neurocognitivas e coma, podendo evoluir a óbito. A limitação das possibilidades de acompanhamento dos processos patológicos da doença em humanos tornou necessário o desenvolvimento de modelos experimentais, utilizando linhagens de roedores suscetíveis à infecção por diferentes espécies de plasmodium, contribuindo para o entendimento e desenvolvimento de novas terapias. Este estudo avaliou o efeito do composto antioxidante Sesamol em condição de malária cerebral experimental (MCE) induzida por Plasmodium Berghei ANKA (PbA) em murinos, por meio da avaliação de aspectos comportamentais, parasitemia e curva de sobrevivência. O tratamento dos animais infectados em terapia com 20mg/kg de Sesamol promoveu um aumento significativo na sobrevida e proporcionou resultados favoráveis durante a aplicação dos testes comportamentais de campo aberto, SHIRPA, labirinto em Y e reconhecimento de objetos, determinantes do comprometimento cognitivo, em que os indivíduos não tratados apresentaram sinais clínicos frequentemente observados no contexto da malária cerebral e rapidamente evoluíram a óbito na fase aguda da infecção; enquanto os animais submetidos à terapia com Sesamol exibiram sintomas atenuados, demonstrando maior período de sobrevivência pós-infecção e preservação das memorias de trabalho e de curto prazo, bem como desempenho motor, tônus muscular e reflexos. A porcentagem de parasitemia manteve-se a mesma entre os grupos infectados, reforçando a melhora conferida pelo composto.