AVALIAÇÃO DO EFEITO DE Piper marginatum Jacq. CONTRA Leishmania (Leishmania) amazonensis E A CÉLULA HOSPEDEIRA
Bioprospecção; leishmanicida; Piper marginatum; Fenilpropanóide
A leishmaniose é uma doença negligenciada com diversas manifestações clínicas causada por protozoários do gênero Leishmania. A Leishmaniose Tegumentar Americana acomete pele e mucosas causando deformidades e estigma social nos pacientes. Seu tratamento, apesar de eficaz, é um pouco limitado, devido aos efeitos colaterais e a resistência parasitária, além de ser um tratamento dispendioso. Produtos de origem natural podem oferecer uma diversidade química com potencial terapêutico, com reações adversas menos intensas e menor custo durante o tratamento. Neste contexto, destaca-se a Piper marginatum comumente utilizada na medicina popular no tratamento de diversas enfermidades e com potenciais atividades biológicas. Recentemente, diferentes extratos dessa espécie evidenciaram sua atividade leishmanicida e baixa toxicidade para macrófagos. Assim, há uma necessidade de outros estudos in vitro e in vivo a fim de elucidar sua atividade leishmanicida. Portanto, o objetivo do estudo, foi avaliar os efeitos de Piper marginatum contra Leishmania (L.) amazonensis e a célula hospedeira. Foi realizado uma revisão sistemática da literatura abordando atividade leishmanicida do gênero Piper com base nas recomendações propostas no guia PRISMA. Para os ensaios in vitro, o óleo essencial (POE) e o extrato etanólico (PEX) foram obtidos de folhas de P. marginatum, e o perfil químico do POE foi elucidado por CG-EM. O composto majoritário da espécie, um fenilpropanóide (FEN), foi obtido comercialmente. Na revisão sistemática, a partir das análises dos artigos científicos, ressalta que as espécies do gênero Piper, são fontes alternativas para o tratamento da leishmaniose. As atividades dos compostos PEX e FEN, contra promastigotas de L. (L.) amazonensis, foi demonstrada in vitro através do método de Alamar Blue® e apresentaram redução da viabilidade celular em todas as concentrações testadas, 5, 10, 20, 50, 10, 250 e 500 μg/mL. A análise por microscopia óptica mostrouimportantes alterações morfológicas das promastigotas de L. (L.) amazonensis nas concentrações 50, 100 e 250 μg/mL com os compostos POE, PEX e FEN, como encurtamento do corpo celular, presença de vacúolos, processo de divisão celular atípica, encurtamento flagelar e múltiplos flagelos.