AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DOS PROFESSORES E AS IMPLICAÇÕES DO PROGRAMA ENSINO MÉDIO INOVADOR/JOVEM DE FUTURO NA ESCOLA MÉDIA DO MUNICÍPIO DE CAMETÁ/PARÁ.
Práticas pedagógicas. Ensino Médio. ProEMI/JF.
Esta dissertação intitulada “AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DOS PROFESSORES E AS IMPLICAÇÕES DO PROGRAMA ENSINO MÉDIO INOVADOR/JOVEM DE FUTURO NA ESCOLA MÉDIA DO MUNICÍPIO DE CAMETÁ/PARÁ”, analisou as implicações que se estabeleceram nas práticas pedagógicas dos professores, a partir da implementação do Programa Ensino Médio Inovador/Jovem de Futuro na Escola Estadual de Ensino Médio Abraão Simão Jatene/Cametá-Pará, no período de 2012-2014. Os referenciais metodológicos basearam-se na abordagem qualitativa do tipo estudo de caso. Os instrumentos de coleta de dados foram: entrevistas semiestruturadas e pesquisa documental (leis, normas, relatórios, cadernos, etc.). A análise dos dados, consubstanciada no materialismo histórico dialético, partiu das categorias: essência e aparência, contradição, totalidade e mediação. O referencial teórico pautou-se nos seguintes autores: Freire (1969; 1977; 1983; 1996; 2000; 2003; 2014), Saviani (1985; 2003; 2004; 2005; 2007; 2008; 2010; 2011), Giddens (2001a; 2001b; 2007), Bresser Pereira (1997; 2001; 2006; 2017), Peroni (2006; 2008; 2009), IlmaVeiga (1989), entre outros. A pesquisa revelou que a prática pedagógica, no plano filosófico, pode fundamentar-se na práxis criadora ou na práxis imitativa tendo como base a Práxis e o (Neo) pragmatismo, respectivamente. Os projetos que disputam forças no âmbito do Ensino Médio evidenciaram a prática pedagógica fundamentada na práxis imitativa como é o caso da Pedagogia das competências; e mostraram também a prática pedagógica baseada na práxis criadora, conforme a proposta educacional do Ensino Médio Integrado. Esses projetos, a partir de parcerias público-privadas, como o ProEMI/JF, impuseram à prática pedagógica: modelos metodológicos, exigências de resultados, perfil de formação dos discentes, etc. A pesquisa apontou que a implementação do ProEMI/JF na escola teve implicação: subjetiva, política-pedagógica, organizacional de gestão e do financiamento. A implicação subjetiva apresenta-se em três indicadores: flexibilização pedagógica, não adesão informal e o não entendimento do ProEMI/JF. Caracterizamos a implicação política-pedagógica nos indicadores como: heteronomia pedagógica da unidade escolar; unificação da concepção pedagógica; responsabilidade individual; reforço à subordinação dos conteúdos curriculares às exigências (competências e habilidades) do ENEM e alinhamento ao objetivo da formação dos jovens, a partir da ideia de Protagonismo Juvenil. Na implicação organizacional de gestão, destacamos: a regulação da prática pedagógica pelo modelo de gestão gerencial e para resultados. Já, a implicação do financiamento evidenciou os materiais didáticos e a boa infraestrutura como elementos centrais para a prática pedagógica melhorada e qualidade de ensino, na visão dos professores e demais sujeitos da escola. Dialeticamente, as práticas pedagógicas dos professores produziram e reproduziram a prática imitativa na subjetividade e na objetividade da parceria. Havia na prática pedagógica dos professores uma preocupação relacionada ao campo técnico-didático utilitário que não avançava para um campo técnico-didático e crítico-reflexivo. Entendemos que se as críticas e atitudes de “resistências” fossem amadurecidas e fortalecidas pelo conhecimento ético-político e crítico do Programa estaríamos no movimento de ascensão da crítica da aparência para a crítica da essência. Nesse movimento, acreditamos que um projeto de formação dos professores fundamentada na perspectiva da práxis criadora possibilitaria mediações contra-hegemônicas no espaço escolar.