PALHAÇOS, MONSTROS, CORPOS EM TELA: ARTE-PERFORMANCE COMO DESTERRITORIALIZAÇÃO DAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NA ESCOLA BÁSICA.
Arte-performance. Desterritorialização. Corpo. Devir.
Partindo do reconhecimento e da importância da arte em ambientes escolares para além de sua função instrumental e/ou pedagógica, esta pesquisa de dissertação que versa sobre o tema “Palhaços, Monstros, Corpos em Tela: Arte-performance como desteritorialização de práticas pedagógicas na escola básica”, objetiva dialogar, a partir de bases teóricas e práticas a Arte, mais especificamente, a Arte-performance, dentro de uma vertente experimental da prática de ensino, que possibilite formas outras de criação, liberdade, experimentação que lança o educando ao inusitado. O aporte teórico-metodológico apoia-se nos conceitos de performance como uma arte de fronteira, híbrida e multicultural, anárquica, de ruptura, de quebra e a1glutinação, e ao mesmo tempo, capaz de produzir infinitas percepções e, para tal compreensão nos aproximamos das perspectivas de Richard Schechner (2012), Paul Zumthor (2014) e Ranato Cóhen (2002). Também levantaremos discussões acerca dos conceitos de desterritorialização e devir, por um movimento de forças intrínsecas que garantem que o corpo é muito mais do que somente um conjunto de órgãos, mas uma série de platôs que se transbordam, entrecruzam-se, um corpo feito de ligações, rizomas, disjunções entre superfícies de naturezas iguais e diferentes, um corpo de devires e não mais um lugar fixo de identidades, concepções estas trazidas sob o enfoque de Deleuze e Guattari (1996), pois observamos que, no decorrer das experimentações realizadas na escola básica a relação corpo e espaço se metamorfoseiam num vaivém de cruzamentos, entrecruzamentos e deslocamentos, afetados por múltiplas sensações. Nesse percurso, fizemos uso do método cartográfico de pesquisa que visa a atentar ao processo enquanto prática, enquanto ação, marcada por encontros e desencontros, sem se preocupar com resultados previamente estabelecidos como indicam os estudos de Virgínia Kastrup (2015). A relevância desta pesquisa está em percebermos a importância de desterritorializar práticas educativas e criar espaços de experimentação artística para além do já instituído, possibilitando novas formas de vivências, que desafiem e oportunizem a professores e alunos experimentar o novo, aquilo que mobilize novas formas de criação e aprendizagens em Artes na escola básica.