EDUCAÇÃO, CULTURA E IDENTIDADE: SABERES TRADICIONAIS EM ESPAÇOS ESCOLARES E NÃO ESCOLARES, AS CRIANÇAS COMO PROTAGONISTAS DESSES ESPAÇOS
Educação. Cultura. Saberes. Crianças ribeirinhas
O presente trabalho tem como lócus de estudo a comunidade ribeirinha de Biribatuba, no município de Cametá/PA, objetivando compreender as relações culturais e educativas das crianças dessa localidade, refletindo como saberes, crenças e práticas culturais são transmitidos através das relações sociais, assim como, a pandemia do novo Coronavírus (COVID-19) afetou este espaço. E, como objetivos específicos, buscou-se caracterizar a cultura ribeirinha, a educação do campo nesse contexto e a formação cultural das crianças em Biribatuba, assim como mapear as atividades das crianças, identificar as práticas culturais vivenciadas no enfrentamento da pandemia da COVID-19 e abordar a teia de relações de significados das vivências culturais e educacionais. Para tanto, adota-se como referencial teórico-metodológico estudos de autores que tratam da temática como, Mattos (2011), Minayo (2009), Cruz (2009), Hall (2002), Corsaro (2009), Arroyo, Caldart e Molina (2011), Pinto (2007) além de outros que foram imprescindíveis nas análises que fazem parte deste estudo. Posteriormente, foi realizada a pesquisa de campo, onde, por meio da técnica de observação participante, buscou-se observar o cotidiano das crianças, suas formas de brincar e socializar com seus pais e amigos. Desta forma, este estudo utiliza como fontes de pesquisa: relatos orais, documentos escritos, imagéticos e bibliográficos. Dados deste estudo apontam que as crianças se constituem como agentes importantes de sua cultura, elas aprendem através do fazer e do observar dos mais velhos da comunidade. Assim como, revela que a aprendizagem se dá nos mais diferentes espaços de Biribatuba, estando presente no fazer da roça, do apanhar do açaí ou ainda nas brincadeiras tecidas no rio, na terra e em casa. Portanto, as crianças apresentam um papel socializador, realizado no brincar, no falar e no silêncio de sua observação, ela constrói sua identidade ribeirinha através dos laços que estabelece com seu território.