A IDENTIDADE RIBEIRINHA NO CURSO DE LETRAS – LÍNGUA INGLESA – EMERGÊNCIAS NO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO TOCANTINS/CAMETÁ (CUNTINS)
Amazônia Tocantina; Ribeirinhos; Matas e Rios; Identidades; Língua-cultura inglesa; Atravessamentos.
Apresenta-se, neste trabalho, a pesquisa de mestrado acadêmico vinculada à linha de pesquisa Culturas e Linguagens, do Programa de Pós-graduação em Educação e Cultura, da Universidade Federal do Pará, Campus Universitário do Tocantins/Cametá. A partir dos problemas de pesquisa, buscamos discutir como os discursos são constituídos a partir dos atravessamentos que a língua-cultura inglesa traz para os alunos na graduação e como a comunidade acadêmica ribeirinha se vê frente ao ensino de língua-cultura inglesa na formação dos conhecimentos. Diante dessas questões, definimos como objetivo geral – investigar os atravessamentos da língua-cultura inglesa nos dizeres de alunos ribeirinhos no curso de Letras – Língua Inglesa, da Universidade Federal do Pará, Campus Universitário do Tocantins/Cametá. Dessa forma, nosso olhar voltou-se para pensar sobre o sujeito ribeirinho em processo de constituição e formação na língua-cultura inglesa. Como procedimentos teórico-metodológicos, a psquisa apresentou um cunho interpretativista. Para dar conta disso, foi feito um levantamento teórico para abordar as temáticas que a investigação se propunha, dentre os quais destaco as contribuições de Foucault (2006, 2010); Coracini (2010, 2016); Bhabha (1998); Hall (2003, 2005); Bauman (2013); Lakoff e Johnson (2002), Lopes (2018, 2021); Farias (2019); entre outros. Posteriormente, realizou-se uma pesquisa de/no campo com alunos ribeirinhos do curso de Letras – Língua Inglesa da UFPA/Campus Cametá, a fim de coletar suas narrativas orais, para isso usamos como instrumento a entrevista semiestruturada que foram gravadas em áudios e posteriormente transcritas. Após esse momento, foram realizadas as análises discursivas das narrativas dos alunos ribeirinhos que cursam Letras – Língua Inglesa, para isso usamos as lentes de interpretação da Análise do Discurso, tendo por base os estudos discursivos de Foucault (2010), Coracini (2007) e Lopes (2018), que permitiram ao pesquisador trazer os gestos de interpretação, rastreando as (ir)regularidades nos dizeres dos sujeitos ribeirinhos, que nos ajudaram a entender os deslocamentos de suas identidades, movimentando os seus dizeres, olhares, silêncios, modos, e gestos. Assim, as análises discursivas apontaram para três eixos de análise que se estruturaram a partir de (ir)regularidades. O primeiro eixo versou sobre as representações de si, como sujeitos ribeirinhos que vivem e convivem em um contexto sócio-histórico-cultural específico e di(in)verso de outras realidades, que marcam a sua identidade ribeirinha de ser-estar entre matas e rios na Amazônia Tocantina e que buscam na (trans)formação acadêmica melhores perspectivas de viver nesses espaços. O segundo eixo asseverou a sedução e o desejo pela língua-cultura do Outro, a língua-cultura inglesa que move e movimenta as suas relações e escolhas para suprir a falta de acesso à língua-cultura inglesa na Educação Básica que constitui o seu inconsciente, permeando outros espaços na/pela a língua-cultura inglesa. No terceiro eixo, as relações dos sujeitos ribeirinhos com a língua-cultura inglesa os leva ao entre-lugar de ser-estar línguas-culturas deslocando as suas identidades e tocam a dimensão do gozo e também do desafio que este entre-lugar os colocam como docentes, que ensinarão a língua-cultura inglesa para diferentes sujeitos. A pesquisa apresentou alguns resultados, a partir de gestos de interpretação nos quais se percebeu que ocorre(u) o deslocamento e a fragmentação das identidades dos alunos ribeirinhos, a partir do contato com a língua-cultura do Outro, dentro da sua formação acadêmica no curso de Letras – Língua Inglesa da Universidade Federal do Pará, Campus Universitário do Tocantins/Cametá, fazendo com que aconteça o deslizamento de seus dizeres sobre si e sobre o Outro, sendo movidos para o entre-lugar de ser-estar entre matas e rios e em línguas-culturas.