Educação e Surdez: Cartografias da Libras como “língua menor”
Educação, Surdez e Cartografia.
Esta pesquisa surge a partir da elaboração/execução do projeto PIBEX 2015 intitulado: “Ensino de Libras na Amazônia Tocantina: Formação de Professores da Educação Infantil”, em parceria com a SEMED/Cametá, o qual visa contribuir para a formação de 210 professores que atuam na educação infantil do município de Cametá-PA. A problemática da pesquisa se dará sobre a constituição da Libras como diferença na educação, percorrendo uma zona de vizinhança e distanciamento entre Inclusão e Filosofia da Diferença. Trata-se de um exercício autocrítico e analítico que tomará o projeto de formação de professores como atividade do seu próprio pesquisar, um exercício do pensar capaz de tensionar visões historicamente instituídas sobre o outro como deficiência e, de modo afirmativo, potencializar a Libras como diferença na educação, em atenção às suas singularidades. O estudo aponta a ideia de um caleidoscópio em devir no ensino de Libras, e em diálogo com DELEUZE e GUATTARI (2014), GALLO (2013), SKLIAR (2001), LARROSA (2004), VEIGA-NETO (2012), busca averiguar os processos de desterritorialização da Libras e da cultura surda, focalizando elementos voltados para o político e o coletivo. O propósito da pesquisa consiste em tensionar o paradigma da Inclusão, buscando perspectivar olhares multifacetados sobre a Libras como diferença na educação, articulando teias de relacionamentos com o outro nos liames da formação. Neste devir, em meio a múltiplos ângulos de possibilidades, almeja-se ver o outro e escutar a sua pergunta na educação percorrendo os fluxos de ir e vir da formação de professores, para então compor um caleidoscópio múltiplo de imagens sobre a Libras e a surdez, fazendo com que a cada leitura tenhamos um ângulo diferenciado, e estes ângulos nos façam perceber o quanto o próprio trabalho pertence ao inacabamento e/ou à possibilidade de se ver e de ver o outro além do que nos propomos neste momento.