Cantos e escrituras de devir-mulher: ativismos feministas na educação.
Cartografia. Educação. Devir-mulher. Ativismo feminista. Cantos-escrituras.
Esta Dissertação de Mestrado em Educação e Cultura situa-se em um contexto de extrema urgência às lutas feministas frente aos avanços da violência contra a mulher e das práticas conservadoras patriarcais que excluem a sua participação na sociedade em escalas alarmantes. No âmbito desta pesquisa, focalizamos os nascimentos políticos e os ativismos feministas de mulheres universitárias e egressas que percorreram e percorrem sua formação acadêmica e atuação profissional em meio às reverberações coletivas de suas lutas por visibilidade e participação feminina na sociedade. Desse modo, apresenta as seguintes questões: como nascem os ativismos feministas em âmbito acadêmico? Que enfrentamentos e linhas de fuga cruzam esses percursos? Em que momentos o devir-mulher atravessa essa formação? Como cartografar os devires políticos e feministas nascidos dessa movimentação? O estudo tem por objetivo cartografar os ativismos feministas de acadêmicas e egressas da UFPA/CUNTINS, no fazer das suas artes de lutar, aprender e ensinar. O percurso teórico se baseia filosofia da diferença de Deleuze e Guattari (1992) (1995) (1997) (2006) (2012), em aliança com os estudos feministas de Woolf (2014), hooks (1994) (2019) (2021), Louro (1997) entre outras, buscando reverberar os ativismos feministas, com visibilidade às artes de lutar e educar nos espaços acadêmicos, profissionais e sociais. Os caminhos metodológicos seguem as pistas da cartografia rizomática de Deleuze e Guattari (1995), tendo por recorte a pesquisa-intervenção com mulheres estudantes e egressas da UFPA/CUNTINS (sede Cametá), que estejam atuando na rede escolar e/ou realizando trabalhos comunitários, de modo a evidenciar o sentido político, educativo e artístico de suas ações, lutas e alianças coletivas, estando a pesquisa entrelaçada à experiência formativa da própria pesquisadora-ativista-cartógrafa. Os resultados sinalizam a força de um devir-mulher a atravessar a vida de muitas mulheres, um convite a pensar os ativismos feministas como um contínuo nascimento político, isto é, do entrar ao sair da universidade, uma construção que se faz com ações conjuntas, artes, debates, diálogos e intervenções capazes de provocar nascimentos políticos e feministas em nossas vidas pessoais e profissionais, bem como participar ativamente na construção de uma sociedade democrática e justa aos direitos e às lutas de múltiplas mulheres.