EMANCIPAÇÃO FEMININA NAS COLUNAS DE MODA E BELEZA SOB OS PSEUDÔNIMOS CLARICEANOS.
Palavras Chaves: Clarice Lispector; Imprensa feminina; Emancipação feminina.
No Brasil oitocentista, os jornais foram o mecanismo encontrado por muitos autores para a publicação de seus escritos. Primeiramente, vieram os folhetins, seguido das crônicas e da presença das colunas femininas. Nas décadas de 1950 e 1960, Clarice Lispector ocupa lugar na imprensa carioca sob os pseudônimos de Helen Palmer, Tereza Quadros e Ilka Soares. A colunista escreveu receitas e conselhos direcionados às mulheres sobre tarefas domésticas, moda, filhos e decoração, mas, também trazia em seu discurso assuntos “nada convencionais” para os padrões culturais da época. Clarice Lispector apresenta receitas “proibidas” e vai expor assuntos polêmicos, numa postura feminista, ao citar inclusive textos sobre a emancipação feminina. Dessa forma, ao mesmo tempo que confirmava o estereótipo da mulher da classe média brasileira com suas dicas de beleza e comportamento, ela também contestava essa representação por meio de um discurso questionador. Abordaremos uma linha de análise e perspectiva teórico e literária com bases teórico-metodológicas ao correlacionarmos os artifícios literários usados na imprensa com a emancipação, questão de relevância em termos acadêmicos, mais precisamente no âmbito educacional, com ênfase na educação da mulher. A conceituação e construção metodológica perpassa por Coelho (2002), Buitoni (2009), Del Priori (2013) e (2020), Duarte (2016) e Perrot (2019) e (2021). Outrossim, cabe a busca por uma linha evolutiva nas publicações e assuntos abordados por Clarice Lispector sobre o universo em que suas leitoras estavam imersas de maneira a observar como essa ascensão está ligada à sua postura emancipatória.