EDUCAÇÃO, SAÚDE E SABERES DAS MATAS: PRÁTICAS DE CURA NO CUPIJÓ, CAMETÁ-PA
Educação; Cultura; Saúde; Oralidade; Saberes; Práticas de Cura; Rio Cupijó
A dissertação, intitulada, Educação, Saúde e Saberes das Matas: Práticas de Cura no Cupijó, Cametá-PA, busca realizar um estudo acadêmico, científico com mulheres e homens das matas, dos rios e igarapés do Cupijó, tendo como objetivo compreender e interpretar as práticas de cura e as formas de tratamento de saúde vividas no cotidiano da Vila Baia, uma das comunidades do Cupijó, da cidade de Cametá-Pará. Nesse sentido, destacamos o uso das plantas medicinais no Brasil que concerne a uma ação cultural desde tempos remotos que vêm sendo praticada até a contemporaneidade, especialmente no período da pandemia do COVID-19, por diferentes gerações, sendo este costume uma tradição, principalmente no que tange a sintomas primários de cuidados com a saúde, tornando-se um recurso recorrente e sinalizador das comunidades, à medida que se tem esse saber sendo compartilhado entre os(as) moradores(as) desse vilarejo. Metodologicamente, o trabalho foi desenvolvido por meio de diálogos entre História, Memória e a teoria da Análise do Discurso, tendo como corpus de análise, narrativas orais, portaria do Ministério da Saúde e fotografias. Com base na narração feita pelos sujeitos envolvidos na pesquisa que praticam e/ou vivenciam as artes de cura, sempre com olhar político e histórico na leitura e interpretação dessas fontes, buscamos entender esse movimento sob uma perspectiva histórica, discursiva e cultural. No campo teórico, buscamos realizar discussões acerca das formas de interpretação que recaem sobre o trabalho do pesquisador/educador, que lida com saberes tradicionais, tendo como ponto de apoio a interdisciplinaridade, refletindo sobre a necessidade de se considerar os acontecimentos, as narrativas orais, como prática de linguagem, que articulam elementos políticos, simbólicos e ideológicos, que se materializam nos discursos em tempos diversos. Dialogamos com autores que trabalham as categorias cultura, memória e discurso, tais como: HALL (2008), PORTELLI (1997), PÊCHEUX (2019) e ORLANDI (2015), a fim de que possamos ter condições de compreender os sentidos e significados que permeiam as práticas de cura presentes no cotidiano dos moradores do e no Cupijó. Os resultados possibilitaram entender os efeitos de sentido dessas práticas na vida dos (as) moradores (as) da região e como estas estão sempre associadas aos saberes ancestrais vinculados ao lugar de pertencimento: a natureza.
PALAVRAS-CHAVE: Educação; Cultura; Saúde; Oralidade; Saberes; Práticas de Cura; Rio Cupijó