A MONTAÇÃO VIROU MEGAZORD: Arte drag themonia, potências infernais na educação.
Themonias; Arte Drag Themonia; Montação; Devires-infernais; Educação.
Este trabalho tem como objetivo apresentar o movimento artístico-cultural denominado de Themonias, atuante na cidade de Belém do Pará desde 2013, sendo inicialmente formado pelo coletivo NoiteSuja e por drags que discutiam a heteronormatividade hegemônica e o sistema de gênero binário que organiza a sociedade. Ao longo de sua existência, o movimento foi abraçando outras linguagens artísticas e transformando-se em um instrumento político na cena LGBTQIA+ a partir de suas transgressões e do seu fazer artístico. Assim, este trabalho é um recorte de algumas ações efetivadas pelo movimento das themonias, analisando de que forma a arte drag themonia produzida através desses corpos ‘themonizados’ apresenta-se como um potencial político dentro do coletivo, e como, a partir dessas manifestações artísticas, é possível enxergar as potências educacionais ‘infernais’ (CORAZZA, 2002) nas ações do grupo. Seja através das montações, performances, ações coletivas nas ruas e em eventos, o estudo se baseia na ideia de cartografar as potências artísticas infernais da arte drag themonia, provocando uma desterritorialização do pensamento educacional, como aponta Sandra Corazza (2002). Para auxiliar na conceitualização e construção metodológica deste trabalho, será utilizada a Cartografia baseada em Deleuze e Guattari (1995; 1997) combinada com a filosofia infernal na educação de Sandra Corazza (2002; 2020), além dos estudos de gênero-sexualidade com Preciado (2014) e Judith Butler (2014), e Guacira Louro (2020) e bell hooks (2013; 2021, 2022) relacionadas ao campo da educação, além de autoras/es do próprio movimento das themonias que discutem tais questões, como Juliano Bentes (2020), Gabriela Cunha (2018) e Emanuele Corrêa (2020). Discutindo as provocações artísticas que reverberam pela cidade de Belém do Pará e as conexões do movimento das themonias com outros coletivos, a pesquisa aponta os impactos que esta construção coletiva provoca nos sujeitos participantes desse movimento e as potências transgressivas que reverberam desse fazer artístico, tais como os “devires-infernais” na educação (CORAZZA, 2002) e as potências artísticas e educacionais da arte drag themonia, lançando provocações transgressivas ao território da arte e do gênero na educação.