TRANSPORTE ESCOLAR RIBEIRINHO NA AMAZÔNIA: UMA ANÁLISE SOBRE O PROCESSO DE TERCEIRIZAÇÃO NO MUNICIPIO DE LIMOEIRO DO AJURU/PA
Transporte Escolar. Terceirização. Educação Ribeirinha.
A presente pesquisa realiza um estudo da política de transporte escolar no município de Limoeiro do Ajuru, Estado do Pará, problematiza o processo de terceirização da oferta do serviço de transporte escolar pela prefeitura a partir do ano de 2013. De forma geral, a pesquisa consiste em analisar as alterações ocorridas na oferta da política do transporte escolar às escolas ribeirinhas com a estratégia de terceirização adotada pelas gestões municipais. A fim de compreender a materialidade desta política, adotamos como metodologia o Materialismo histórico e dialético utilizando as categorias analíticas totalidade, mediação e contradição. Os instrumentos para a coleta de dados durante a pesquisa são documentos e entrevista semiestruturada. As discussões teóricas da pesquisa estão assentadas em Moura e Cruz (s/d), Ribeiro e Jesus (2015), Silva e Pereira (2016), Carmo et al. (2020), Carmo (2016), Martins (2010), Cunha (2019), Pimenta (2015) e Pergher (2014), para refletir Transporte Escolar. A discussão sobre a terceirização se fundamenta em Santos (2017), Lacombe (2018), Queiroz (1998), Haddad (2008), Melgarejo e Shiroma (2019), Souza (2015), Junior (2018), entre outros. O transporte escolar no contexto da Amazônia demonstra a complexidade do atendimento dos alunos da educação do campo quanto ao acesso e a permanência na escola, uma vez que os resultados provisórios desta pesquisa apontam várias inferências, dentre elas o fato de que o número de alunos do campo diminuiu ao passo que aumentou a nucleação, com um total de dezenove escolas fechadas em um período de dez anos, também inferimos que a valorização dos trabalhadores não ocorreu de forma satisfatória, o que pode ser demonstrado pela precariedade das embarcações utilizadas, além da falta de fiscalização para o setor privado e a disparidade entre os valores repassados, que muitas vezes não consideram que a Amazônia possui regiões geográficas complexas, logo, requer meios de transporte específicos à realidade local e rotas financeiramente distintas. Destaca-se ainda o trabalho prestado pelas empresas terceirizadas de transporte, que muitas vezes, não conseguem na sua totalidade responder às necessidades dos alunos.