Efeito da utilização de jogos como intervenção lúdica no desempenho escolar: uma revisão sistemática.
Palavras-chave:
comportamento lúdico, brincar, ensino-aprendizagem, Análise do Comportamento, Etologia, Educação Baseada em Evidências.
Um levantamento prévio verificou que há um número considerável de publicações relatando que o emprego de jogos é um método eficaz no contexto de ensino. No entanto, os dados que justifiquem práticas pedagógicas voltadas para o emprego de jogos e brincadeiras no contexto escolar carecem de organização. O objetivo do presente estudo foi realizar uma revisão sistemática da literatura sobre as pesquisas empíricas que investigaram os efeitos do uso de jogos como estratégia de intervenção lúdica no desempenho escolar e sugerir como a Análise do Comportamento e a Etologia podem contribuir no planejamento do ensino alicerçado no comportamento lúdico, sendo este último o compromisso epistemológico de convergir esses dois modelos explicativos para promover um entendimento mais completo da interpretação e alcance dos resultados. Foram incluídos artigos empíricos e/ou de relato de experiência/caso que descreviam a utilização de jogos como método de intervenção para o ensino de conteúdo escolar formal; que foram publicados em revistas indexadas; que mencionaram ou continham as palavras-chave previamente definidas; e que foram publicados em inglês ou português no período de janeiro de 2006 a dezembro de 2016. No total, 141 artigos foram encontrados, mas, no final, 19 artigos foram considerados adequados aos critérios de inclusão. Foi observado que as crianças foram os principais participantes, que os jogos eletrônicos foram os mais utilizados, que a matemática foi a disciplina que concentra mais estudos e que o uso de jogos teve efeitos de melhora no desempenho acadêmico dos alunos. Esses resultados lançaram luz sobre duas questões importante: 1) a necessidade de incluir eventos lúdicos no contexto de ensino, de planejamento e programação da aprendizagem tornando-a algo significativo para o aluno e para o professor; e 2) a importância de encarar a educação como parte dos interesses científicos e, principalmente, das ciências do comportamento, pois assim haverá coleta e avaliação de evidências que sustentem métodos e decisões pedagógicas.