RELAÇÃO ENTRE NEUROGÊNESE HIPOCAMPAL E HISTÓRIA DE VIDA EM PACIENTES ADULTOS COM EPILEPSIA DO LOBO TEMPORAL REFRATÁRIOS AO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO.
Epilepsia; Epilepsia do Lobo Temporal; Neurogênese; História de Vida
As crises epilépticas são descritas há muito tempo, com relatos de pessoas que sofriam de epilepsia sendo documentados desde a antiguidade. Entretanto, a visão acerca da epilepsia passou por várias transformações, sendo moldada com os avanços nas áreas médicas. Sabe-se, atualmente, que a epilepsia é um distúrbio neurológico caracterizado pela pré-disposição permanente do cérebro em gerar crises epilépticas, e que atinge cerca de 1% da população mundial. Nos países subdesenvolvidos esse percentual é ainda maior. No Brasil, por exemplo, a doença pode atingir de 2% a 4% da população. A maioria dos pacientes apresenta um bom prognóstico ao tratamento medicamentoso, todavia 30% dos pacientes apresentam crises refratárias ao tratamento. Entre as epilepsias que não apresentam um bom prognóstico encontra-se a epilepsia do lobo temporal (ELT), comumente encontrada nos pacientes adultos, a qual é caracterizada microscopicamente por uma perda seletiva de neurônios do complexo hipocampal. Outro dado interessante observado na ELT é o aumento da neurogênese hipocampal. Esses dados despertam muitas indagações, uma vez que o hipocampo executa várias funções essenciais. Apesar de vários estudos mostrarem o papel do hipocampo na memória e na navegação espacial, não se sabe satisfatoriamente o papel da neurogênese no hipocampo adulto, ademais acredita-se que a neurogênese no hipocampo adulto aumentada na ELT pode contribuir para a epileptogênese. Através do presente trabalho com pacientes refratários ao tratamento medicamentoso com ELT, pretendemos averiguar se as nossas descobertas corroboram com os achados encontrados em modelos animais, onde há uma relação entre padrões neurogênicos das células recém-geradas com a evolução da doença, a qual encontra-se na história de vida dos mesmos.