EFEITOS DO USO DE HISTÓRIAS INFANTIS SOBRE O RECONHECIMENTO DE EXPRESSÕES FACIAIS DE EMOÇÕES EM CRIANÇAS COM AUTISMO
autismo, reconhecimento de expressões faciais de emoções, histórias infantis.
Entre os déficits em comunicação e interação social frequentemente observados em indivíduos com autismo, destaca-se a dificuldade no reconhecimento de expressões faciais de emoções. Sendo esta uma das habilidades mais importantes para interações sociais eficazes, estudos têm buscado desenvolver procedimentos de ensino desta competência. Este trabalho objetivou avaliar a eficácia do uso de histórias infantis, no treino de reconhecimento de expressões faciais de emoções em crianças com autismo. Participaram do estudo seis crianças com diagnóstico de autismo, no nível leve a moderado com faixa etária entre 6 a 7 anos. O procedimento consistiu de seis fases: Pré - Teste, Treino, Pós - Teste, Teste de Generalização, Teste do Espelho e Follow-Up. Foram utilizados no pré e no pós - teste 40 estímulos compostos de desenhos e fotografias de rostos (de diferentes faixas etárias e raças) com quatro diferentes expressões faciais – alegria, tristeza, raiva e medo. O Pré - Teste e o Pós – Teste eram compostos por 10 tentativas. Em cada tentativa eram apresentadas quatro diferentes estímulos com as quatro expressões e era requerido que o participante apontasse a figura com a expressão solicitada. No Treino foram utilizadas 20 histórias, sendo cinco sobre cada uma das expressões. As histórias eram apresentadas e, após, era solicitado ao participante apontar a figura correspondente a expressão destacada na história. O Teste de Generalização foi constituído da apresentação em vídeo de quatro histórias (uma de cada expressão facial). Após assistir o vídeo era solicitado ao participante apontar à figura correspondente a expressão destacada no vídeo. No Teste do Espelho era solicitado ao participante expressar em frente a um espelho as quatro emoções trabalhadas no estudo. O Follow -up consistiu na reapresentação do Teste de Generalização, quatro semanas após a aplicação do primeiro teste. O critério de mudança do Pré-Teste para o Treino era 70% de erros e do Treino para o Pós – Teste e deste para o Teste de Generalização era 90% de acertos. Os resultados mostraram que todos os participantes não identificavam expressões faciais de emoções no Pré - Teste, mas passaram a reconhecê-las após o Treino e apresentaram desempenho generalizado de reconhecimento de emoções no Teste de Generalização. Já no Teste do Espelho apenas um participante (P1) conseguiu expressar corretamente as quatro expressões faciais e no Follow – up apenas os participantes P1, P2, P3, e P6 mantiveram o desempenho do Teste de Generalização. Estes resultados indicam que a utilização de histórias infantis é um recurso lúdico – didático eficaz para ensinar o reconhecimento de expressões faciais de emoções à crianças com autismo.