Comportamentos de cuidado e sobrecarga de cuidadores de crianças e adolescentes com Diabetes tipo 1
cuidador; sobrecarga; diabetes mellitus tipo 1; criança; adolescente; doença crônica.
O Diabetes Mellitus do tipo 1 (DM1) é um distúrbio metabólico comumente diagnosticado em crianças e adolescentes, representando de 5 a 10% dos casos diagnosticados de DM. Seu tratamento envolve o monitoramento da glicemia, aplicação da insulina, um padrão alimentar específico, além da prática de atividades físicas. Assim, é um recurso terapêutico custoso e que para ser bem-sucedido, necessita de modificações comportamentais e adesão do paciente e de sua rede de apoio. Um suporte social adequado implica em ganhos tanto no tratamento quanto no amparo emocional. Assim, o objetivo desta pesquisa foi descrever os comportamentos de cuidado e a percepção de sobrecarga do cuidador no tratamento de crianças e adolescentes com Diabetes Mellitus Tipo 1 (DM1). Trata-se de um estudo transversal desenvolvido no período de janeiro a março de 2023. Participaram da pesquisa, 71 adultos, ambos os sexos, cuidadores de crianças e adolescentes, entre 5 e 17 anos, diagnosticados com DM1, há pelo menos 1 ano e que realizavam tratamento prescrito por equipe de saúde. A coleta de dados foi no formato online, por meio de e-mail e convites nas redes sociais (WhatsApp®, Instagram® e Facebook®). Os instrumentos de pesquisa utilizados foram um questionário sociodemográfico e de percepções sobre DM1, subdividido em nove dimensões e a Escala de Avaliação de Sobrecarga, Zarit Burden Interview (ZBI). Os dados foram avaliados com o auxílio do software R Core Team e a análise estatística por meio do teste qui-quadrado e da técnica de regressão logística ordinal. Os resultados mostraram que a maioria dos cuidadores são mulheres, casadas ou com união estável, com ensino superior completo, renda familiar mensal entre 1 e 3 salários-mínimos, com carga horária de trabalho de 31 a 40 horas semanais. Quanto aos comportamentos de cuidado mais usuais dos participantes, sobressaíram àqueles relacionados ao tratamento do paciente como o controle glicêmico, apoio na aplicação ou ingestão de medicação e acompanhar nas consultas médicas. Foram observadas correlações estatísticas entre as variáveis estado civil, horas trabalhadas, relação com o paciente e se eles têm filhos e os resultados da sobrecarga percebida dos cuidadores, apontando que o perfil dos participantes que são solteiros (as), trabalham mais de 31 horas semanais, recebem de um a três salários-mínimos, possuem um relacionamento razoável com o paciente e tem filhos, apresentou níveis de sobrecarga mais elevados, de leve a moderada (56,34%) e de moderada a severa (25,35%). Conclui-se que além do perfil socioeconômico do cuidador influenciar a sua sobrecarga percebida, a relação com o paciente e o acúmulo de atividades voltadas para a saúde dele contribuiu para que os níveis de sobrecarga fossem mais elevados.