PERFIL NUTRICIONAL DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA E RELAÇÃO ENTRE PERCEPÇÃO DE SINTOMAS DE ANSIEDADE E QUALIDADE DE VIDA DE SEUS CUIDADORES
nutrição, comportamento alimentar, qualidade de vida, ansiedade, crianças com autismo, cuidadores de crianças com autismo.
O autismo ou Transtorno do Espectro Autista (TEA) é, por definição, uma síndrome com-portamental na qual os indivíduos apresentam comprometimento do desenvolvimento motor e psi-coneurológico observado por déficits na aquisição da linguagem e na interação social da criança. A qualidade de vida do cuidador de crianças com TEA sofre grande impacto diante das sobrecargas e estresse familiar, além da ausência de orientações e suporte das instituições, interferindo diretamen-te na família, na relação entre pais e filhos e no convívio social. Em relação ao estado nutricional, é muito comum as crianças autistas possuírem deficiências, pois a maioria apresenta uma alimentação monótona devido a vários fatores, como seletividade alimentar e a neofobia alimentar. Por isso, estudos sugerem que crianças autistas possuem de duas a três vezes mais chances de serem obesas do que a população neurotípica. O presente estudo teve como objetivo investigar a relação entre percepção de sintomas de ansiedade e qualidade de vida de cuidadores de crianças com Transtorno do Espectro Autista atendidas no Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém, e descrever o perfil nutricional destas crianças. O presente trabalho de pesquisa originou dois artigos, apresentados nesta dissertação. O primeiro artigo apresenta uma descrição do perfil nutricional e alterações no comportamento alimentar de 80 crianças portadoras do Transtorno do Espectro Autis-ta assistidas no CIIR Belém, e o segundo verificou a relação da percepção dos sintomas de ansieda-de e qualidade de vida dos cuidadores/pais destas mesmas 80 crianças. Os dados indicam que a maior parte das crianças apresenta seletividade alimentar, e indicam altos níveis de ansiedade e bai-xa percepção de qualidade de vida nos cuidadores das crianças que participaram do estudo. Esses dados sugerem que novas medidas e perspectivas devem ser implantadas pelos serviços de saúde e pelos profissionais que atuam com TEA em instituições públicas e privadas com o objetivo de pro-mover melhores condições de saúde e bem-estar, não somente aos indivíduos com TEA, mas tam-bém aos indivíduos que cuidam dessas crianças, como também contribuem como caminho para fu-turas pesquisas nessa temática.