Análise de Respostas Autocontroladas e Impulsivas em Participantes Flexíveis e Inflexíveis.
Autocontrole; Regras; Escala de Rigidez; Flexíveis; Inflexíveis; Escala de Impulsividade de Barratt.
Considerando: a) a sugestão de que o comportamento autocontrolado de humanos ocorre sob controle de consequências futuras relatadas em regras e que o comportamento impulsivo ocorre sob controle de consequências imediatas; b) os resultados experimentais indicando que indivíduos classificados como flexíveis, sob algumas condições, tendem a não seguir regras discrepantes e que indivíduos classificados como inflexíveis, sob algumas condições, tendem a seguir regras discrepantes e, c) que essa variabilidade comportamental tem sido atribuída a diferentes histórias pré-experimentais; perguntou-se se a variabilidade comportamental observada em alguns estudos que investigaram o comportamento autocontrolado também pode ser atribuída a diferenças nas histórias pré-experimentais dos participantes. O Experimento 1 investigou se participantes classificados como flexíveis e inflexíveis, de acordo com a Escala de Rigidez de Rehfisch (1958), emitiriam mais respostas impulsivas ou mais respostas autocontroladas, quando estes eram expostos a um delineamento experimental similar ao utilizado por Flora et al. (1992). Adicionalmente, verificou se ocorreria correspondência entre a classificação como flexível ou inflexível, o desempenho experimental impulsivo ou autocontrolado e o resultado da aplicação da Escala de Impulsividade de Barratt - BIS11. Participaram 12 universitários, seis classificados como flexíveis e seis como inflexíveis. Desses, oito apresentaram responder impulsivo, um apresentou responder autocontrolado e três emitiram responder considerado neutro. Todos os participantes apresentaram classificação intermediária na Escala de Impulsividade. O Experimento 2 teve o mesmo objetivo do Experimento 1, utilizando um delineamento experimental modificado, no qual foi requerido que os participantes descrevessem a tarefa experimental, aumentado o número de tentativas de demonstração das relações de dependência entre respostas e consequências, inserido frases indicando os ganhos obtidos e reduzido o número total de tentativas do experimento. Participaram oito universitários, quatro flexíveis e quatro inflexíveis. Desses, um apresentou responder impulsivo, seis emitiram responder autocontrolado e um emitiu responder considerado neutro. No debriefing, todos os participantes entenderam o objetivo da tarefa, mas dois participantes do Grupo flexível não descreveram corretamente as contingências. Todos os participantes apresentaram classificação intermediária na Escala de Impulsividade. Nos dois experimentos não foi observada associação entre flexibilidade e inflexibilidade, impulsividade e autocontrole. Embora estaticamente não significativa, foi observado uma tendência do Grupo inflexível em emitir respostas mais autocontroladas em relação ao Grupo flexível. Também foi verificado que as variáveis manipuladas no Experimento 2 favoreceram o responder autocontrolado na tarefa.