Correlatos Neurais do Estresse Percebido: Uma Investigação Preliminar
Estresse percebido; assimetria alfa frontal; potência alfa; potência beta; EEG.
Atualmente há um interesse crescente nos correlatos neurais do estresse obtidos por meio de eletroencefalografia (EEG), com vista a sua utilização no diagnóstico clínico e suporte ao tratamento de psicopatologias diversas. Um dos principais correlatos neurais do estresse, identificado por meio do EEG, é uma maior ativação da região direita do córtex frontal em relação à região esquerda, indicada pelo cálculo de assimetria alfa frontal (frontal alpha asymmetry). Alguns estudos também tem correlacionado uma elevada potência beta (beta power) na região frontal do córtex com o estresse. A maior parte dos estudos, entretanto, tem como delineamento a indução experimental do estresse e são poucos aqueles que envolveram estresse em situações naturalísticas, isto é, de estresse não induzido. Este estudo teve como objetivo investigar correlatos neurais do estresse percebido de maneira naturalística, avaliando o nível de correlação entre estresse percebido (medido por meio da Escala do Estresse Percebido) e os valores de assimetria alfa frontal, potência alfa e potência beta nas regiões frontais dos cérebros dos participantes, por meio de exame eletroencefalográfico aplicado em situação de repouso e com olhos fechados. Os participantes foram sete estudantes de pós-graduação de uma universidade brasileira. Os resultados deste estudo indicam uma associação entre o estresse percebido e uma maior ativação da região direita do córtex frontal relação à região esquerda do córtex frontal, corroborando a literatura da área. Não foram encontrados resultados significativos envolvendo as ondas beta e o estresse percebido pelos participantes. Tais resultados apontam também para a assimetria alfa frontal como um melhor biomarcador do estresse percebido em comparação às ondas beta.