ALTERAÇÕES MORFOANATÔMICAS E BIOQUÍMICAS DURANTE A MATURAÇÃO DE DUAS ESPÉCIES NATIVAS DA AMAZÔNIA BRASILEIRA
Bioquímica, Maturidade fisiológica, Espécie florestal, Sementes
Dentre as diversas famílias botânicas existentes na região Amazônica, destacam-se a família
Moraceae e Lauraceae, que são compostas de algumas espécies nativas de grande valor
econômico e social como é o caso da Bagassa guianensis e Dicypellium caryophyllaceum.
Entretanto, poucos são os estudos relacionados a essas espécies, principalmente, sobre maturação,
morfologia, anatomia e bioquímica. Neste contexto, esse estudo tem como objetivo caracterizar as
estruturas morfológicas e anatômicas, além da constituição bioquímica presente nas sementes de
Bagassa guianensis e Dicypellium caryophyllaceum em diferentes estágios de maturação. No
estudo foram analisados biometria, coloração e aspectos bioquímicos durante a maturação dos
frutos. Para os frutos de B. guianensis foram caracterizados 4 estádios de desenvolvimento das
sementes e para os frutos de D. caryophyllaceum foram caracterizados 2 estádios de
desenvolvimento das sementes com base nas características morfológicas, com a coloração dos
frutos associados a biometria de frutos e sementes, teor de umidade das sementes e teores de
reservas. As sementes de B. guianensis foram consideradas como oleaginosas com um conteúdo
de 34% de lipídios. As sementes obtidas de frutos com coloração com pigmentação aparente
verde, apresentavam-se com embrião totalmente formados, e apesar dos menores valores
biométricos, os teores de proteínas e açucares foram observados em grandes quantidades nesse
estádio de desenvolvimento das sementes. A análise de composição bioquímica da semente
madura de D. caryophyllaceum demonstrou que os lipídios são uma das principais reservas que
compõe as sementes com um conteúdo de 19%, sendo a semente classificada como oleaginosa,
devido à sua maior proporção de extrato etéreo e os maiores valores de aminoácidos e amido
foram observados no fruto maduro, representado pelo estádio II. Entender os processos
fisiológicos de maturação e características bioquímicas das espécies florestais nativas facilitará a
escolha de melhor época para colheita, conservação de germoplasma, desenvolvimento da espécie
e produção de mudas.