maternidade; cárcere; violência obstétrica.
Essa pesquisa teve o intuito de identificar o perfil das custodiadas entrevistadas, discutir como as práticas de cuidado e assistência à mulher grávida encarcerada são experienciadas por elas, com enfoque sobre a Violência Obstétrica (VO) e apontar quais os seus modos de enfrentamento diante dessa realidade e utilizou-se como instrumentos de coleta de dados o diário de campo e entrevista semiestruturada. Constatou-se que a história de vida das custodiadas foram marcadas por inúmeros tipos de violências e mesmo compreendendo que tiveram um parto traumático, por vezes não se reconheceram como vítimas de violência obstétrica. Conclui-se que o direito ao aleitamento materno e à vinculação com seu filho está inter-relacionado com o modo de enfrentamento das diversas restrições e particularidades da experiência de gestar e cuidar no cárcere, pois as internas desenvolveram habilidades e competências subjetivas para lidar com as especificidades da maternagem intracárcere.