TITULO: A PARTICIPAÇÃO DO IMAGINÁRIO INDIGENA NA SEXUALIDADE BELENENSE.
Sexualidade, mito, processos identificatórios
Se tivéssemos a oportunidade de realizar uma viagem ao período pré-colonial brasileiro, não escaparia ao observador a presença dos mitos e do imaginário indígena que, posteriormente, participariam na formação da sociedade belenense. Consolidada a partir da referência religiosa Judaico-Cristã, a moralidade portuguesa exercerá grande influência em território nacional. Os hábitos e costumes dos portugueses divergiam das práticas aqui existentes, as quais eram pouco aceitas pelo ideal português, provocando espanto, e até perseguições, perpetrados pelos povos “civilizados. O ingresso das grandes navegações no território brasileiro, a chegada dos portugueses e dos africanos, interviu nas relações, nos costumes e nas práticas indígenas e vice-versa. A vivência da sexualidade no cotidiano alterou-se, permitindo a emergência de novas expressões da sexualidade consequência do contato entre o índio, o português e o africano. Para a psicanálise, o patrimônio mitológico de uma cultura participa tanto dos processos identificatórios constitutivos de sujeito, quando na maneira que ele vivencia a sua sexualidade. Nossa proposta nessa dissertação é discutir, a partir de pesquisas teóricas sustentadas pelo referencial psicanalítico, e da análise das falas dos entrevistados, as consequências e conflitos provenientes da miscigenação das sexualidades entre os povos autóctones, e as trazida pelos portugueses e africanos quando chegaram na Terra Brasilis. E, a partir dai, a participação destas sexualidades no imaginário e na constituição da sexualidade belenense.