A CONSTRUÇÃO DA(S) SUBJETIVIDADE(S) MASCULINA(S): UM PERCURSO TÉORICO ENTRE FREUD E STOLLER.
Masculinidade, Psicanálise, Gênero.
O presente trabalho aborda a construção das subjetividades(s) masculina(s) em um
percurso psicanalítico inicialmente delineado por Freud e, posteriormente, ampliado por Robert
Stoller. O trajeto metodológico estabelecido para esta dissertação se fundamenta a partir da
pesquisa teórica em psicanálise. Entretanto, é pertinente ressaltar que, embora a pesquisa privilegie
a psicanálise como seu principal aporte teórico, este trabalho não negligencia as contribuições
provenientes de outras áreas do conhecimento, especialmente das abordagens sociológicas e dos
estudos de gênero. O intuito desse trabalho pode ser dividido em quatro aspectos centrais: (1)
demonstrar como o conceito de gênero se integrou a teoria psicanalítica (2) conceitualizar a noção
de masculinidade(s) por intermédio de um percurso histórico subdividido em três tempos – Antigo,
Medieval e Moderno –, dessa forma, demonstrando como o conceito pode ser mutável e
interdependente de cenários sócio-históricos; (3) investigar as peculiaridades da subjetivação
masculina na obra freudiana e; (4) analisar as contribuições teóricas do psicanalista norte-
americano Robert Stoller, centralizando nossos esforços em examinar o conceito de “núcleo de
identidade de gênero”, introduzido pelo mesmo no âmbito psicanalítico. Nas considerações finais,
teceremos alguns apontamentos a respeito dos possíveis desdobramentos desta pesquisa. Além
disso, elaboraremos considerações críticas em relação à dessimetria presente entre os estudos da
masculinidade e da feminilidade tanto no meio psicanalítico quanto em outras produções
acadêmicas brasileiras. Em última instância, espera-se que essa pesquisa possa contribuir para o
aprimoramento da temática proposta, além de servir de amparo para investigações futuras.