CONCEPÇÕES DE MULHERIDADES NA FORMAÇÃO DE PSICÓLOGAS RESIDENTES NA ÁREA DA SAÚDE DA MULHER E DA CRIANÇA: revisão bibliográfica no período de 2014-2021
Psicologia da Saúde; Residência Multidisciplinar; Assistência à Saúde da Mulher e da Criança; Assistência Integral à Saúde
O desenvolvimento deste trabalho partiu da experiência prática e dos aprendizados vividos pela pesquisadora no curso de Residência Multiprofissional em Saúde, na área denominada “Saúde da Mulher e da Criança”, prioritária para a estratégia de ampliação do Sistema Único de Saúde (SUS). Compreende-se que a noção de cuidado evocada pelo termo “Materno e Infantil” tem passado por mudanças e disputas teórico-práticas. A Psicologia, neste contexto, pode contribuir para a problematização de lugares normativos e homogeneizantes das experiências, com a compreensão das subjetividades enquanto instâncias produzidas a partir do atravessamento de marcadores sociais da “diferença”, aproximando as políticas públicas de determinantes sociais da saúde historicamente invisibilizados. Neste panorama, a Interseccionalidade tem sido uma ferramenta teórico-prática de grande relevância para o desenvolvimento de estudos e ações políticas em diferentes campos interdisciplinares e pode contribuir para a operacionalização de pesquisas que busquem evidenciar os fatores raciais, étnicos, de classe, orientação sexual e outros indicadores de uma matriz de opressão colonial moderna. O objetivo principal deste projeto de pesquisa é realizar uma análise bibliográfica dos Trabalhos de Conclusão de Residência das psicólogas residentes do curso de Pós-Graduação em Saúde da Mulher e da Criança no período de 2014-2021 e narrar experiências vividas pela pesquisadora enquanto residente, a fim de indagar que definições de “mulher” estão sendo operadas neste contexto de formação. Busca-se compreender que concepções de mulheridades comparecem nestas produções e realizar discussão teórica para contribuir com o desenvolvimento da Psicologia da Saúde de modo mais amplo e nesta área em específico. Além disso, propõe-se a análise das compreensões e aplicações sobre interseccionalidade na saúde da mulher e a contribuição no debate dos processos formativos de residentes multiprofissionais em Psicologia, a partir de uma abordagem dialógica com os trabalhos desenvolvidos por estes profissionais. O presente trabalho orienta-se por uma abordagem qualitativa, de cunho bibliográfico, que utilizará a Interseccionalidade como ferramenta teórica e metodológica para seu desenvolvimento. A análise dos dados produzidos será operacionalizada a partir da Análise de Conteúdo proposta por Turato, a partir do método clínico-qualitativo. O presente trabalho visa contribuir com o estado atual da produção de pesquisas acadêmicas da Psicologia na área da saúde, levando em consideração a complexidade da realidade social e dos fenômenos que interpelam a pesquisa e a assistência à Saúde da(s) Mulher(es).