MEMÓRIAS COLETIVAS: NARRATIVAS TRANSGERACIONAIS SOBRE UM TERRITÓRIO EX-COLÔNIA DE HANSENIANOS EM MARITUBA/PA
Memória Coletiva. Hanseníase. Vínculos intergeracionais.
O Brasil ocupa o segundo lugar em número de infecções por Mycobacterium leprae, bactéria causadora da hanseníase, uma doença infectocontagiosa que afeta a pele e nervos periféricos, tornando-se uma questão de saúde pública no país. Ao longo do século XX, a principal medida de combate à doença se deu pela segregação compulsória das pessoas infectadas em locais separados por muros e portões, os chamados Leprosários ou Colônias, geralmente localizados em cidades afastadas dos grandes centros urbanos. Anos após a extinção dessas instituições, alguns estudos dedicaram-se a analisar os impactos gerados dentro destes territórios aos quais os leprosários estavam inseridos. Nosso interesse nesse campo relaciona-se aos vínculos intergeracionais, familiares e comunitários dos habitantes de um território ex-colônia, internos e não-internos, em uma cidade na região metropolitana de Belém, no Pará. À luz dos pressupostos teóricos e metodológicos delineados por Michel Foucault, a partir da problematização de práticas discursivas e não discursivas e das análises das relações de poder-saber e seus efeitos, pretendemos analisar as produções de subjetividades nesse contexto histórico, utilizando o levantamento de narrativas orais de habitantes jovens, adultos e idosos.