Luto e atividade sexual após a lesão medular: uma revisão de escopo.
Luto; Atividade sexual; Lesão medular.
Objetivo: Mapear estudos que abordam o luto associado à atividade sexual de pessoas após lesão medular. Método: Trata-se de uma revisão de escopo que será conduzida conforme recomendações do Instituto Joanna Briggs, descrita de acordo com as indicações da última versão do check list do Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses extension for Scoping Reviews (PRISMA-ScR) e registrado no Open Science Framework (OSF). A questão de pesquisa foi elaborada a partir do acrônimo PCC: População (estudos publicados na literatura), Conceito (luto associado à atividade sexual) e Contexto (lesão medular). Foram utilizadas cinco bases de dados científicos: APA-PsycInfo, Web of Science, Scopus, Cochrane Library e Portal BVS. Foram incluídos estudos em qualquer idioma que abordaram o luto e a atividade sexual de pessoas após lesão medular, não limitando o ano de publicação. A coleta de dados foi cega, feita por dois revisores independentes utilizando os softwares Google planilhas® e Rayyan®, atendendo aos critérios de elegibilidade. Foi feita análise qualitativa descritiva dos dados e os resultados foram apresentados em figuras, tabelas, fluxogramas e redação discursiva. Resultados: Foram incluídos 6 estudos qualitativos, os quais apresentavam relatos das vivências após a lesão medular. Os dados demonstram que uma das principais questões que relacionam o luto à atividade sexual é a imagem corporal e as mudanças corporais e perda/alterações nas sensações genitais afetam significativamente a experiência sexual de pessoas com lesão medular, e esse fator esteve associado a sentimentos de perda da aparência sexualmente atraente, sobretudo para as mulheres e impactou a autoestima e identidade, tanto feminina, quanto masculina. Discussão: Demonstrou-se que a atividade sexual constitui uma grande preocupação para pessoas que sofrem uma lesão medular e seu impacto pode refletir na vivência do luto como um dos desencadeadores seja ele percebido ou não pelos enlutados. No entanto, são necessárias novas pesquisas para identificar e classificar o luto associado à atividade sexual, possibilitando melhor enfrentamento. Considerações finais: Existem poucos estudos que abordem a atividade sexual de pessoas com lesão medular e demonstre associação com a vivência do luto, e apesar de terem sido identificados estudos que apontam essa relação nenhum estudo aprofundou ou manteve foco principal nas associações entre o luto e a atividade sexual, tornando a discussão superficial e com baixa confiabilidade.