MODOS DE SUBJETIVAÇÃO DE ADOLESCENTES SUBJETIVADOS COMO ‘INCORRIGÍVEIS’ PELO UNICEF E EM PROJETOS DE ACELERAÇÃO DA APRENDIZAGEM
UNICEF; Aceleração da Aprendizagem; História; Amazônia; Anormalidade.
O objeto desta pesquisa é a distorção idade-série escolar para o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) como questão que se torna anormalidade, na sociedade do desempenho e da informação. Assim, como problemática de estudo, a temática tratada como objeto deste estudo tem em vista a singularidade dos casos que englobam os estudantes “a serem corrigidos” percebidos não como sujeitos e sim como dados e investimentos fabricados historicamente como produtos das relações de saber/poder constituídos a partir da hegemonia da educação escolar na modernidade e das ciências que lhe servem como substrato teórico. Pergunta-se: Como o UNICEF realiza o monitoramento do que denomina distorção idade-série? Como o UNICEF cria a noção de anormalidade a partir do processo de escolarização articulado à noção de desenvolvimento de crianças e adolescentes pela ideia cronológica vinculada ao desempenho? A tese afirma que o UNICEF, no Brasil age nas políticas de aceleração de aprendizagem no Brasil na correção do fluxo escolar e produz efeitos na subjetividade dos educandos vistos como corpos “a serem corrigidos” de forma etarista no Pará. A metodologia é a genealogia a partir de Michel Foucault e a pesquisa documental da História Cultural. O objetivo geral é problematizar e investigar os modos de subjetivação nas publicações do UNICEF e suas reverberações na implantação de projetos de aceleração da aprendizagem. Os objetivos específicos: perscrutar o cotidiano dos “incorrigíveis” no projeto de aceleração implantado no estado do Pará, bem como dos profissionais da educação envolvidos; realizar uma genealogia dos projetos de aceleração de aprendizagem no Brasil e na Amazônia; interrogar como os saberes e fazeres que possibilitaram a invenção do aluno com distorção idade – série nas políticas públicas educacionais.