SEM TI… SAUDADES: UMA COMPREENSÃO SOBRE REALIZAÇÃO DE VALORES NO LUTO PARENTAL
Pais. Luto. Logoterapia. Análise Existencial. Viktor Frankl.
Estudos apontam que a morte de um filho(a) amado(a) tende a causar sofrimento intenso, expresso por meio de valores, crenças, assumindo múltiplas configurações e que o significado da perda poderá ser mediado através da cultura, a sociedade, religião, espiritualidade. Esta pesquisa propõe compreender a autotranscendência, o encontro autêntico e a realização de valores no luto parental por aqueles que cumprem com sua orientação ontológica para o sentido (FRANKL, 2014, 2016). Neste sentido, objetivou apresentar e defender uma proposta
de cuidado aos pais e mães enlutados, tecida enquanto atividades grupais que possam estimular as manifestações do pesar, a entreajuda entre seus membros, assim como, realização de valores criativos, vivenciais e atitudinais, os quais possibilitam segundo Viktor Frankl, o encontro de sentidos. Na busca por bases teóricas que ancorem o pensar sobre a clínica do luto parental são apresentados os recortes dos diálogos da pesquisadora com a obra do Professor Viktor Emil Frankl (1978; 1987; 1989; 1990; 2005; 2007; 2010; 2014; 2016; 2019a; 2019b; 2021; 2022) e com seus interlocutores Elizabeth Lukas (1989a; 1989b); Ivo Studart Pereira (2008; 2013; 2015; 2017; 2021) dentre outros. Também foram considerados os resultados dos estudos que se ocuparam em compreender a experiência do processo de luto dos pais conforme proposto por Parkes (1998; 2009); Bromberg (2000); Franco (2002; 2010; 2014; 2021); Shear et al. (2011); King (2015); Delalibera et al. (2017); Coughlin, Sethares (2017); Freitas (2018); Casellato (2020); Frankl (1989; 2014; 2016; 2005; 1978; 1990; 2003; 2007; 2008; 2010) , os fundamentos teóricos referentes à Teoria do Apego desenvolvida por John Bowlby (1997; 1998; 2002) e as Tarefas do luto propostas por Worden (2013). No desenvolvimento do estudo a avançam Frankl, a e -ser. Por fim, é defendida um proposta de cuidado aos pais, na modalidade grupal, para deslindar interações entre percursos individuais, processos coletivos e o luto parental, nas quais os recursos a serem produzidos/partilhados, entre esses, objetos, símbolos, artefatos, palavras, escritas, sons, afetos, etc., constituem o corpus da referida proposta. Destacam-se intervenções voltadas a estimular a realização de valores criativos, “M ” , a amplitude do cuidado no luto parental, assim como, as possibilidades de significar as perdas e desvelar sentidos. A partir do pensamento Frankliano pode-se compreender que a presença da morte no ciclo vital, assinala a premência em responder aos desafios e indagações colocados pela vida, em fluxo contínuo e assegurar no ser-passado (destino realizado), a existência da parentalidade frente a saudade.