Main Quest: Mulheres desenvolvedoras de games e o combate à violência de gênero.
Mulheres trabalhadoras; Videojogos; Violência de gênero; Estratégias de enfrentamento.
Se as mulheres fossem personagens de um jogo chamado vida, arrisca-se dizer que a missão
principal (main quest) nesse jogo seria derrotar o patriarcado. Atualmente, elas possuem mais direitos,
liberdades e ocupam mais espaços historicamente considerados masculinos, como mercado de
trabalho, a tecnologia e os jogos eletrônicos ou games. Elas tiveram papel muito importante para o
desenvolvimento dos games, dos arcades e consoles aos jogos de computador, mas a participação
delas foi marcada pela invisibilidade. Pode-se dizer que o perfil de profissionais do desenvolvimento
de games (gamedev) ainda é, majoritariamente, de homens brancos e o protagonismo delas é, muitas
vezes, negado e violentamente atacado, como ocorreu no movimento misógino “Gamergate”. Nesse
contexto, este trabalho objetiva explorar as estratégias de enfrentamento utilizadas por mulheres
brasileiras cuja profissão envolve o desenvolvimento de games (programação, designer, artes, trilha
sonora, tester, entre outras) para combater a violência de gênero nesse meio. Respondendo à pergunta:
“Como as mulheres que trabalham com o desenvolvimento de jogos eletrônicos enfrentam a violência
de gênero?”. A metodologia segue a abordagem qualitativa de pesquisa, do tipo exploratória, com
levantamento de dados por meio de entrevista online e análise de dados a partir das propostas de
análise de conteúdo da Laurence Bardin. Espera-se que esse trabalho contribua para ampliar o
conhecimento sobre essas mulheres gamedevs no Brasil, para dar voz e visibilidade ao protagonismo
delas e em relação ao enfrentamento à violência de gênero, além de possibilitar o pensar sobre
possíveis soluções para combater o inimigo.