A Canção do Mar em Lamentação: um estudo psicanalítico sobre a noção judaica de povo eleito e o antissemitismo em o homem Moisés e a religião monoteísta, de Sigmund Freud
Psicanálise; Judaísmo; Preconceito; Religião.
O judaísmo é uma tradição religiosa monoteísta que resiste há milhares de anos. Sua fundação é justificada pela ideia de que o próprio Deus único os tinha escolhido como povo para ser abençoado. Por causa disso, passaram a enxergar outros grupos como indignos da misericórdia divina e humana. Seu comportamento era justificado a partir da exclusividade reclamada para si. No entanto, o povo abençoado padeceu por quase mil anos, em seu exílio, como uma nação amaldiçoada e abandonada. Sua história de séculos fora manchada de sangue em decorrência de um sentimento de ódio a eles direcionado, conceituado como antissemitismo durante o século XIX. Como justificativa para sua conduta, estava o sentimento de que os judeus eram indignos de direitos básicos e que, mesmo sendo julgados como inferiores, sentiam-se exclusivos. Considerando a problemática da relação truculenta dos antissemitas em relação a judeus, Sigmund Freud propõe este debate no livro O Homem Moisés e a Religião Monoteísta a fim de entender o motivo dos judeus atraírem tanto ódio. É quando a noção de povo eleito aparece como pilar de sustentação dos mecanismos metapsicológicos que caracterizam a psicologia de massa da religião judaica. Por isso, esta pesquisa se propõe a investigar a relação entre o conceito de povo escolhido e sua relação com o ódio antissemita a partir da leitura do livro freudiano O homem Moisés supracitado. Utilizar-se-á a atual historiografia e a literatura psicanalítica para o amplo entendimento dos conceitos a partir de um método de revisão bibliográfica.