O MANEJO DA ANGÚSTIA: O discurso do analista como operador clínico na escuta de sujeitos hospitalizados com aids
Aids. Hospitalização. Angústia. Manejo da Angústia. Discurso do analista
O presente estudo tem como objetivo investigar como o discurso do analista possibilita o manejo da angústia com pacientes internados com aids. Apresenta os impactos subjetivos e os efeitos angustiantes da condição de aids em sujeitos hospitalizados, abordando os fundamentos éticos que sustentam a escuta psicanalítica nos hospitais. Analisa a evolução da primeira a segunda teoria da angústia freudiana, abordando a angústia e sua relação com o recalque e objeto, sua irrupção enquanto afeto que desvela e remete ao desamparo, e ao traumático. Em Lacan são abordadas as formulações contidas no Seminário 10, que trata da angústia, relativas à original proposição de objeto a, e a dimensão do não engano, relativa ao real que pode ser tomada como uma bússola pelo analista na clínica da angústia. Em seguida problematiza-se o discurso do analista como um operador clínico no manejo da angústia e na cena hospitalar, utilizando o Seminário 17 de Lacan para discorrer acerca de onde e como procede a convocação do psicanalista nesta clínica e como o discurso do psicanalista, no processo de escuta é entrelaçado com o efeito da angústia. Podendo ser a angústia o instrumento de base para orientar a busca do paciente pela sua verdade. Na seqüência visando defender a tese “não toda” de que o discurso do analista constitui-se enquanto operador clínico no manejo da angústia será apresentada às construções escritas de casos clínicos, sustentando a aposta de que ao ofertar a escuta e sustentar o discurso analítico a partir do desejo do analista, abre-se espaço para que o sujeito fale e se re-situe em suas construções fantasmáticas, e portanto, elabore uma questão na qual se implique. À guisa de concluir esta pesquisa, teceremos elaborações que visam contribuir com dados de pesquisa, que propõem a sustentação da tese de que o analista ocupando o lugar de a, põe o sujeito a trabalho, abrindo condições de possibilidades da travessia da angustia de sua vertente paralisante, para a que sustenta a emergência de um enigma que diz respeito ao sujeito, possibilitando a sua entrada em análise.