COMPREENSÃO DA VIVÊNCIA E POTENCIALIDADES EM IDOSOS BELEMENSES SOBRE A PANDEMIA DA COVID-19
Idosos; COVID-19; Potencialidades; Fenomenologia; Hermenêutica;
O avançar da idade insere na vida das pessoas um conjunto de mudanças, como o afastamento do trabalho, alterações físicas, o possível adoecimento grave ou crônico que implica em mudança no status de “velho saudável” para “velho doente”, culminando em perdas de autonomia ou abalo da integridade fisiológica. Ser velho durante a pandemia da COVID-19 tornou-se um desafio mais agravante na existência de muitas pessoas, pois conciliar as mudanças e perdas naturais do processo de envelhecimento, ao enfrentamento da possibilidade em ser acometido por um vírus potencialmente fatal, requer aos idosos criar estratégias de sobrevivência para se adaptar à nova realidade apresentada. Os idosos foram considerados o grupo mais afetado pelo vírus e classificados como “grupo de risco” pela limitação atribuída ao sistema imunológico, o que favorecia o agravamento dos sintomas e ampliou o quantitativo de óbitos. Desta forma, é objeto desta pesquisa a vivência dos idosos durante o período pandêmico, ante as medidas de isolamento e quarentena; distanciamento de sua rede de apoio; sentimentos e sensações como medo, solidão e luto. A pesquisa focaliza o processo de envelhecer, a partir de uma visão holística, em que os idosos são compreendidos como seres humanos plenos, valorizados em suas diferenças, direitos e responsabilidades ante sua vivência nos contextos e realidades em que habitam. A problemática visa responder quais potencialidades a população com sessenta anos de idade ou mais, residentes da cidade de Belém-PA, usaram ou descobriram em si mesmas, durante a vivência da pandemia da COVID-19, no período de março de 2020 até março de 2022? O objetivo geral é compreender a vivência das pessoas idosas. O enfoque teórico metodológico será o fenomenológico-hermenêutico, qualitativo, descritivo, exploratório, a partir das proposições ricoeurianas sobre o discurso e o texto. Os participantes serão mulheres e homens com idades entre 60 anos, completados a partir de março de 2020, a 90 anos de idade, que vivenciaram a pandemia da COVID-19, e que não possuam comprometimentos cognitivos. A técnica para composição e captação dos participantes será a amostragem em bola de neve. Espera-se contribuir para desconstruir e crenças sociais que sustentam o processo de marginalização ou exclusão de idosos, além de possibilitar um maior acolhimento e reconhecimento das pessoas idosas.