“Feminismo identitário em questão: considerações sobre o Sujeito, o Real e o Feminino”.
psicanálise; feminismo; discursos; sexuação; Real.
Psicanálise e feminismo traçam um debate iniciado ainda com Freud e suas teses sobre a feminilidade, e que segue com Lacan e as questões endereçadas ao significante fálico como suporte simbólico da falta estrutural. É nesse campo de interlocução que a tese se situa, abordando uma vertente feminista que ganhou forças nas últimas décadas: o feminismo identitário. Surgido na década de 1970 nos Estados Unidos como um movimento de contestação à política hegemônica, a partir da organização política em torno de identidades antes marginalizadas, essa vertente vai sendo paulatinamente incorporada pela discussão liberal. Diante deste, indaga-se: como a psicanálise pode fazer furo em uma política feminista identitária? Para responder esta questão, buscou-se enodar os conceitos de discurso e sexuação, pensando como o discurso do capitalista possibilita compreender o estabelecimento de uma política feminista identitária. A aposta aqui é que as fórmulas da sexuação e a lógica do não-todo, ao operarem com o furo e o Real, desvelariam um campo de indeterminação que não permitiria o fechamento identitário, movimento que sustenta esta política.