"ENCRUZILHADAS NA SOCIOEDUCAÇÃO: atravessamentos no ensino das Artes Visuais para adolescentes privadas de liberdade".
Processo criativo. Autonomia criativa. Pedagogia das encruzilhadas.
Esta escrita dissertativa discute a profusão dos processos criativos em Artes Visuais de alunas adolescentes privadas de liberdade em dois espaços educativos essencialmente femininos: o Centro Feminino de Internação Provisória (CEFIP) e o Centro Socioeducativo Feminino (CESEF), ambos no Município de Ananindeua-PA, região metropolitana de Belém. Como principais objetivos, a pesquisa buscou contribuir para o letramento visual das participantes, na intenção de fortalecer e ressignificar as vivências das alunas por meio das Artes Visuais, alicerçada em uma educação que dê sentido à existência de cada uma delas e que contribua na construção de um projeto de vida com possibilidades de autoconhecimento crítico e pertencimento às identidades forjadas pelo sistema que encarcera corpos. Focando em experimentações artísticas visuais, baseadas na aprendizagem por projetos – Letramento Visual e Existências Negras construídos para dar suporte metodológico à pesquisa. O debate dissertativo concentra-se na criatividade atravessada pela pedagogia das encruzilhadas de Luiz Rufino (2019), usada como solo epistemológico para maior parte das análises. Outros autores foram necessários para fortalecer o debate, a exemplo de John Dewey (2010), Foucault (2006) e Paulo Freire (1987, 1996), que dispõem de pesquisas na experiência em arte e na autonomia crítica e criativa das alunas, tão importantes para este feito assim como a criatividade de caráter autobiográfico referida na escrita de si mesmo. Os resultados demonstraram que o ensino das Artes Visuais têm impacto significativo na construção do conhecimento de mundo, para o retorno da vida fora da privação de liberdade, assim como na potencialização de saberes apresentados nestes ambientes que ao se abrirem para fora destes criam possibilidades de aprendizagens.