“PARA VER E OUVIR”:
Manual Prático de Instrumentação
Instrumentação. Ensino-aprendizagem musical. Formação profissional em música. Ensino técnico em música.
Esta pesquisa apresenta como objetivo principal a elaboração de um instrumento didático complementar para o ensino de instrumentação, a ser aplicado no curso técnico em Composição e Arranjo da Escola de Música da Universidade Federal do Pará. O termo “instrumentação”, conforme definições de Kennan (2002) e Kreitner (2010), será aqui adotado como o conhecimento técnico e idiomático dos instrumentos musicais. O material busca contribuir para a solução de algumas problemáticas apontadas pela autora no uso desse tipo de material para a realidade local: 1) Falta de oportunidade para a experiência auditiva das características abordadas; 2) Instrumentos selecionados geralmente limitados a territórios específicos (orquestra e banda); 3) Maior peso às técnicas tradicionais, estabelecendo certa hierarquização com as chamadas “técnicas expandidas” (COPPETTI e TOKESHI, 2005); 4) Acesso limitado na medida em que a maioria dos materiais utilizados estão em língua estrangeira. Nesse caminho, o material produzido se vale das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC’s) em sua elaboração, utilizando exemplos audiovisuais que devem proporcionar ao aluno o acesso à experiência auditiva e visual dos exemplos, favorecendo uma experiência mais efetiva. O material engloba também, as chamadas “técnicas expandidas”, nem sempre contempladas em materiais de instrumentação tradicionais, sem estabelecer diferenciação das técnicas clássicas, além da inclusão de instrumentos modernos (elétricos; eletrônicos) ou que nem sempre figuram o território orquestral. Para a elaboração do material foram analisados alguns dos principais métodos de ensino de instrumentação como Adler (2016); Kennan (2002) e Berlioz (1948). Foram considerados também, os estudos acerca da hibridação cultural, desterritorialização e saberes simultâneos de Deleuze e Guattari, Canclini e Edgar Morin. A pesquisa de campo também teve papel crucial, ao ser realizada com instrumentistas profissionais que auxiliaram na seleção, revisão dos conteúdos e execução dos exemplos. Espera-se que a pesquisa contribua para o desenvolvimento do ensino de composição e arranjo na EMUFPA, não excluindo-se a possibilidade de ser utilizado também em outros cursos no Brasil.