MORTALIDADE HOSPITALAR NEONATAL POR COVID-19 NA AMAZÔNIA: UM ESTUDO DE COORTE RETROSPECTIVO
COVID-19; SARS-CoV-2; Mortalidade Neonatal Precoce; Mortalidade Infantil.
Introdução: Em março de 2020 a Organização Mundial de Saúde declarou a pandemia da Doença do Coronavírus 2019 (COVID-19). No Brasil, a letalidade em crianças e adolescentes chega a 8%, uma das maiores taxas do mundo, sendo que fatores aumentam o risco de morte, como ser lactentes menor que 1 ano de idade, ser residente das regiões Norte e Nordeste e/ou ser indígena. Objetivo: Analisar os fatores associados a mortalidade hospitalar neonatal devido a síndrome respiratória aguda grave (SRAG) por COVID-19 na Amazônia. Método: Foi realizada uma coorte retrospectiva dos casos de SRAG por COVID-19, notificados no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe, no período de 11 de março de 2020 a 05 de maio de 2023, onde foram extraídos os dados dos neonatos dos entes federativos da região Norte do Brasil, situada na Amazônia. Para a entrada dos dados utilizou-se o software Microsoft Excel 2017 e para realizar as análises descritivas e os testes de hipóteses foi utilizado o software BioEstat 5.3. Resultados: O perfil sociodemográfico dos casos incluídos nesta pesquisa foi composto por recém-nascidos de ambos os sexos, maioritariamente de raça parda e da zona urbana, com média de idade de 7 ± 8,12 dias de vida. O perfil clínico encontrado foi casos com média de tempo do início dos sintomas para hospitalização de 5 ± 9,22 dias, com a maior ocorrência de fatores de risco/comorbidades categorizados como “outros”, que não necessitaram de internação na UTI e não utilizaram suporte ventilatório. A maioria das mães não foram vacinadas, porém realizaram a amamentação. O desfecho cura foi maior que o óbito, com diferença estatisticamente significante. Os fatores de riscos associados ao óbito foram idade neonatal precoce, necessitar de internação na UTI e usar suporte ventilatório. Possuir “outros” fatores de riscos/comorbidades apresentou associação com a cura. Considerações finais: Esta coorte mostrou que os fatores associados a mortalidade neonatal por SRAG devido COVID-19 foram a idade e gravidade da doença, através da associação do óbito com os casos neonatais precoces, com a internação na UTI e com o uso de suporte ventilatório.