A EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE NO PROCESSO DE TRABALHO EM
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Educação continuada. Pessoal de saúde. Hospitais de ensino. Capacitação. Administração em saúde
Políticas públicas são conjuntos de medidas e procedimentos que promovem e orientam atividades do Estado de acordo com as necessidades do interesse público. O campo que relaciona as políticas nacionais de saúde, vem dispor de orientações para a melhoria das condições da população, de forma a promover proteção e recuperação da saúde dos indivíduos e do coletivo. Com a expansão da rede do Sistema Único de Saúde e os novos desafios para a melhoria da qualidade na atenção ao cuidado, o Ministério da Saúde instituiu a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (EPS), constituindo estratégias no sentido de contribuir para qualificar as práticas de saúde e os processos formativos, a partir da identificação dos problemas na realidade do trabalho, evidenciando a necessidade de mudança na formação dos profissionais de saúde, objetivando transformar os processos de trabalho e a organização dos serviços. Compreendida como uma prática pedagógica que relaciona ensino, trabalho e docência, a EPS é norteada nas ações de desenvolvimento profissional dos trabalhadores de saúde e nas transformações das práticas no trabalho, voltado para as necessidades da população, configurando uma metodologia de gestão participativa. Assim, esta pesquisa objetivou analisar como a EPS acontece com os profissionais de saúde de um Complexo Hospitalar Universitário. Trata-se de estudo do tipo exploratório, descritivo, de abordagens qualitativa e quantitativa, com revisão de literatura narrativa, análise documental de dados públicos secundários e aplicação de questionário com perguntas abertas e fechadas. Como ferramenta de apoio para a análise dos dados foi utilizado o software IRAMUTEQ, de Pierre Ratinaud (2009), utilizado a abordagem de análise de conteúdo de Bardin (1977) e por fim criado o pré-desenho do Modelo Lógico (ML) (APÊNDICE A), como proposta de intervenção. Este estudo ocorreu no Complexo Hospitalar Universitário (CHU) da Universidade Federal do Pará (UFPA) o qual contempla dois hospitais universitários, ambos localizados na região metropolitana de Belém, Pará, são regulados pela Secretaria Municipal de Saúde (SESMA). A população do estudo foi composta pelos trabalhadores de saúde do CHU, das áreas administrativa e assistencial. Para a etapa de análise documental foram considerados os relatórios dos 1373 trabalhadores de saúde do CHU, deste total de trabalhadores, apenas 391 aceitaram responder ao questionário, participando livremente da pesquisa, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Como critérios de inclusão participaram os trabalhadores que possuem vínculo empregatício com as instituições Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) e UFPA, como critério de exclusão os indivíduos de outros vínculos.
Os dados secundários foram extraídos dos relatórios de capacitações realizadas pelos 1373 trabalhadores de saúde do CHU da UFPA no período de 2014 a 2019. Os dados quantitativos tiveram tratamento descritivo e os qualitativos foram submetidos a análise com o uso do software IRAMUTEQ. Como resultados, evidenciou-se a importância de capacitações como ações estratégias de melhoria nas práticas do trabalho. Identificou-se que os trabalhadores de saúde desejam melhora na comunicação e divulgação de oferta de cursos de capacitação, bem como a ampliação de vagas a todas as categorias profissionais. A maior parte dos respondentes considera a prática da EPS como fundamental para manter a qualidade nos processos de trabalho. Por fim, conclui-se que é importante e fundamental que todos os trabalhadores sejam envolvidos nas estratégias de EPS, inclusive gestores e que a EPS traga reflexão e atitude a cada um dos atores envolvidos, proporcionando transformações tanto pessoais quanto institucionais, em seus processos permanentes de capacitação.