PRÁTICAS TRADICIONAIS DE SAÚDE EM COMUNIDADES RIBEIRINHAS DO MUNICÍPIO DE ABAETETUBA/PARÁ
comunidades ribeirinhas, práticas tradicionais de saúde, saúde coletiva
O presente trabalho visa conhecer, descrever e analisar as principais práticas de cuidado, manutenção e restauração da saúde. Como estas práticas são determinadas a partir da interação entre o ambiente, a cultura e o acesso a informação. E descrever a percepção dos cuidadores locais sobre a situação de saúde em comunidades ribeirinhas do município de Abaetetuba (Pará). Trata-se de um estudo descritivo e exploratório, com base na pesquisa qualitativa, realizado a partir de um roteiro de entrevista, com tópicos e questões norteadoras, e um diário de campo. Os sujeitos do estudo foram 12 cuidadores tradicionais, com especialidades e experiência em práticas populares diversas de cuidados e de cura para variados quadros de saúde e doença, entre eles; benzedores, puxadores, parteiras, pajés/xamãs, além do uso de plantas medicinais. Os resultados demonstram a importância e a riqueza de saberes que essas práticas detém, e que as mesmas consistem na reaplicação de conhecimentos e técnicas aprendidas, na troca de experiências e na racionalidade sobre determinadas crenças ou superstições. Acredita-se que esses conhecimentos não são suficientes para sanar as enfermidades e agravos enfrentados por esses povos, mas são de imensurável valor na resolução de situações cotidianas, alem de serem utilizadas de forma ora isolada ora complementar e simultânea à biomedicina. Observou-se também uma grande dificuldade de acesso a serviços de saúde nessas comunidades. e a necessidade de um maior entendimento, adequação e aplicação de estratégias e mecanismos em saúde capazes de promover a integração de ações pertinentes à realidade desses povos. Logo, é necessário desenvolver estudos e meios que colaborem com o processo de inclusão e inserção social em saúde nessas e em inúmeras outras áreas com perfil similar na Amazônia, com especial atenção ao respeito a diversidade sociocultural, econômica e às práticas cotidianas dessas comunidades, de modo que permitam a coexistência ou integração de diferentes conhecimentos, saberes e práticas de cuidado