TECOBÉ NO MARAJÓ – TENDÊNCIA TEMPORAL DA HANSENÍASE E O PROGRAMA DE TRANSFERÊNCIA DE RENDA – BOLSA FAMÍLIA
Hanseníase; Epidemiologia; Amazônia
Composta por 16 municípios, a região do Marajó está localizada na Amazônia Oriental, povoada por uma população tradicional da Amazônia, com economia basicamente extrativista, fragilizada com altas taxas de pobreza, analfabetismo e renda. Estas características a tornam um ambiente propício para o surgimento de várias doenças associadas. Objetivo: analisar a tendência temporal da Hanseníase na Região do Marajó, no período de 2004 a 2014. Metodologia: estudo epidemiológico, onde foram calculadas as taxas de detecção de uma série histórica, os dados foram obtidos pelo SINAN. Foram elaboradas tendências, também foram utilizados os diagramas de dispersão das taxas de detecção dos anos de estudo, evidenciando sua relação com o tempo. Utilizou-se os modelos de regressão polinomial, calculados com auxílio do software SPSS 24.0. Resultados: 1860 casos novos foram notificados no período do estudo nos 16 municípios que compõem a região do Marajó, os dados foram divididos em municípios com crescimento da tendência (7), declínio (4), com poucos casos notificados na série (3), e estável (2). Discussão: os municípios que apresentaram crescimento da taxa de detecção possuem baixas condições socioeconômicas, educacionais e de saúde. A maioria dos municípios possui IDHM considerado baixo e muito baixo, refletindo diretamente com a alta incidência de doenças infecciosas na região. Os planos de eliminação instituídos pelo governo federal obtiveram forte influencia na vetorização da tendência em grande parte da série histórica, elevando a taxa de detecção nestes períodos. Estas políticas são fundamentais para o combate do agravo, porém, por si só não são suficientes para eliminar a hanseníase em populações que possuem alta desigualdade social e baixos índices de desenvolvimento humano