KATUANA NA AMAZÔNIA: INSEGURANÇA ALIMENTAR EM QUILOMBOLAS MARAJOARAS
Grupo com Ancestrais do Continente Africano. Segurança Alimentar e Nutricional. População Negra.
Objetivo: Determinar a prevalência de (in)segurança alimentar e nutricional de comunidades quilombolas
marajoaras no período anterior ao início da imunização para COVID- 19. Método: Trata-se de estudo
transversal de base comunitária com abordagem familiar com amostra composta por 434 famílias,
desenvolvido em 15 comunidades remanescentes de quilombos, localizadas no município de Salvaterra,
ilha do Marajó-Pará. Foi realizado inquérito domiciliar para aplicação do questionário padronizado sobre
dados sociodemográficos e o questionário da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). Foi
realizada a classificação em categorias segurança (S), insegurança leve (L), moderada (M) e grave (G), as
categorias leve e moderada foram associadas, resultando em 3 categorias. Para verificar a associação entre
as variáveis foi utilizado o teste de Qui-Quadrado de Pearson e teste Kruskal-Wallis. Resultados: Dentre
as 434 famílias entrevistadas, 88,9% estavam em insegurança alimentar e nutricional. Foram associadas a
insegurança alimentar de qualquer intensidade, o maior número de moradores na casa (S=3,0; L-M=4,0;
G=4,0), presença membros com idade ≤ 18 anos (S=;43,8% L-M=72,3%; G=72,2%) , baixa renda familiar
per capita (S=10,4%; L-M=23,1%; G=38,9%), estar no estrato econômico D/E (S=77,1%; L-M=93,4%;
G=96,5%) , além de receber bolsa família (S=68,3%; L-M=68,6%; G=79,9%) ou auxílio COVID-19
durante a pandemia (S=60,4%; L-M=67,8%; G=81,3%). O recebimento de aposentadoria foi associado
com segurança alimentar (S=56,3%; L-M=24,8%; G=20,8%) e Conclusão: A prevalência de insegurança
alimentar nas comunidades foi elevada, grave em 33,2%, moderada em 21,4% e leve 34,3%. Segurança
ocorreu apenas para 11,1%.