ANÁLISE DA ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO DE TRABALHO DAS EQUIPES DE ATENÇÃO BÁSICA NO BRASIL
Atenção Primária à Saúde; Avaliação em Saúde; Fluxo de Trabalho; Saúde da Família; Sistema Único de Saúde.
Introdução: A Atenção Primária à Saúde assume o desafio de organizar e articular as Redes de Atenção à Saúde. Notam-se diferenças distintas na forma de organização e condução do processo de trabalho das equipes de APS, bem como dificuldades na adoção de ferramentas gerenciais para a condução das atividades em relação às diversas realidades de atuação determinadas pela localização das equipes. Objetivo: Analisar o processo de trabalho das equipes de atenção básica dos municípios brasileiros. Metodologia: Pesquisa de natureza avaliativa de caráter exploratório com abordagem quantitativa, utilizando os dados secundários do 3º ciclo do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica. Foram utilizadas as variáveis relativas à Avaliação externa, “Módulo II –Entrevista com o profissional da saúde” e a Classificação Rural-Urbano do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, ambos de acesso aberto. Foram incluídas no estudo as equipes que participaram de todos os momentos da avaliação externa correspondendo a 37.350 equipes. Após a obtenção dos bancos de dados no site do Ministério da Saúde, foi realizada a organização das informações em uma matriz de dados no Software Microsoft® Office Excel® 2016 e realizado linkage entre a base de dados do IBGE e a base de dados do PMAQ-AB. Utilizando o software SPSS Statistics (v.20, IBM SPSS, Chicado IL) foi realizada a análise descritiva das variáveis segundo a classificação rural-urbano em 3 eixos: Territorialização, Planejamento das ações e Monitoramento e Autoavaliação. Em seguida, verificou-se as relações entre os eixos de variáveis e a classificação rural–urbano utilizando uma Análise de Correspondência Múltipla. Resultados: Foi observado que os municípios rurais adjacentes possuem o menor percentual de equipes com população descoberta no território (21,0%), os municípios urbanos mostraram maior percentual de equipes com população de referência acima de 3.500 pessoas/equipe (43,0%). O planejamento das ações não é realizado por 15,1% das equipes participantes, sendo o maior percentual de realização observado no estrato urbano (85,7%). A realização de monitoramento e análise dos indicadores é realizada por 87,9% das equipes, com aproximação dos valores entre os estratos municipais com características de localização semelhantes, já a realização de autoavaliação apresentou maior percentual no estrato intermediário adjacente (90,4%). A Análise de Correspondência Múltipla possibilitou a identificação de três grupos de equipes com características distintas de territorialização e dois grupos em relação à realização de planejamento, monitoramento e autoavaliação. Conclusão: Os resultados apresentados neste estudo sugerem que existem diferenças importantes no processo de trabalho das equipes de Atenção Primária à Saúde que variam de acordo com características do município nos quais se localizam