Açaí, Antioxidantes, Comunidades
A associação entre dieta e doenças cardiovasculares vem sendo amplamente investigada no mundo há anos. Entretanto, há poucos estudos realizados na Amazônia na literatura, sobretudo em populações tradicionais, como os quilombolas, assim como a respeito do impacto do consumo de açaí sobre a saúde dessas populações. Nesse contexto o presente estudo, objetiva avaliar o consumo do açaí nas comunidades remanescentes de quilombo em Salvaterra, ilha do Marajó, Pará, e verificar sua associação com fatores de risco cardiovascular em pessoas de ambos os gêneros com idade a partir de 30 anos. Para tal, será realizado um estudo transversal em uma população de 312 indivíduos, distribuídos em 8 comunidades quilombolas. Será feita visita domiciliar, em que os participantes serão georreferenciados e em que serão aplicados questionários padronizados socioeconômicos e sobre consumo diário de açaí. Neste momento, será também colhido material biológico para mensuração de glicemia em jejum, triglicérides, colesterol total e HDL, assim como medidas antropométricas e de pressão arterial. Como resultados parciais, já foram obtidos os dados completos de 216 indivíduos. Dentre eles, 62,5% são mulheres, 25,5% referiram ter finalizado o ensino fundamental e 36,1% sobrevivem com auxílio do programa de bolsa família. Em relação a doenças, 25,5% informaram ter HAS e 8,3% DM2, entretanto, apenas 17,6% e 6,0% informaram utilizar medicamento para essas doenças, respectivamente. Os participantes foram agrupados segundo o consumo diário de açaí em três grupos: sem consumo de açaí, consumo de até 100g de açaí por dia e acima desse valor. Não se observou diferença estatisticamente significante entre as variáveis, consumo diário de açaí, idade, pressão arterial sistólica e diastólica, IMC, circunferência abdominal e glicemia capilar. As próximas etapas do estudo serão analisar a associação entre a ingestão de açaí e níveis plasmáticos de glicose e lipídeos